Para mostrar como o Brasil tem lidado com o desafio de combater o vírus zika e as doenças neurológicas a ele associadas, a assessora científica sênior do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Cristina Possas, foi convidada para ministrar três conferências em Seul, na Universidade Nacional de Seul e no CDC local.
Este convite da Coréia do Sul foi motivado pela conferência anterior feita pela pesquisadora em fevereiro deste ano sobre o tema na Universidade de Harvard, onde atuou por 10 anos como cientista visitante, após o seu pós-doutorado em Saúde Internacional nesta Universidade. "No encontro, abordei o zika e as suas manifestações neurológicas do ponto de vista transdisciplinar, destacando a especificidade da resposta brasileira diante da complexidade dos desafios que se apresentam ao enfrentamento do surto", contou.
Em 4 de abril, a especialista fez uma apresentação no JW Lee Center for Global Medicine da Universidade Nacional de Seul e nos segundo e terceiro dias ministrou conferências para imunologistas, virologistas, epidemiologistas e profissionais que lidam com controle de vetores. No último dia, foi convidada para uma audiência com o Prefeito de Seul e pelo JW Center for Global Medicine para retornar a Seul em junho próximo para proferir uma nova conferência sobre o tema em uma reunião com as metrópoles da Ásia sobre doenças infecciosas e zika.
Foi também convidada pelo canal de televisão sul-coreano, KBS, para uma entrevista que integrará um documentário que será realizado no Brasil agora em abril sobre zika. Ao fim da rodada de conferências e reuniões, membros de diversas organizações científicas discutiram a possibilidade de cooperações e criação de linhas de pesquisa com o Brasil para combate ao zika. "Foi incrível ver o interesse e a preocupação das autoridades e da população sul-coreana com este novo desafio na saúde pública global", destacou.