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31/08/2021

Evento debate importância do planejamento estratégico para CT&I

Antonio Fuchs (INI/Fiocruz)


O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) promoveu, no dia 25 de agosto, a mesa redonda Prospectiva, Políticas e Pandemias para lançar a versão em português do livro Prospectiva para Ciência, Tecnologia e Inovação. A obra, publicada pela Editora Fiocruz, preenche uma lacuna na literatura relacionada aos chamados estudos do futuro, em âmbitos nacional e internacional, contribuindo para planejadores, gestores, formadores de políticas e tomadores de decisão engajados nas políticas de ciência e inovação. O encontro virtual, transmitido pela VideoSaúde Distribuidora, contou com a participação dos autores da publicação, Ian Miles, Ozcan Saritas e Alexander Sokolov, e as presenças de Valdiléa Veloso, diretora do INI/Fiocruz, Juliano Lima, chefe de Gabinete da Presidência da Fiocruz, e Valdir Ermida, chefe do Serviço de Planejamento do Instituto e tradutor do livro.

Ou confira a mesa-redonda em inglês.

 

Abrindo o painel, Valdir Ermida agradeceu ao programa Ciência sem Fronteiras, uma vez que a tradução para português do livro é resultado direto dessa iniciativa por conta do doutorado que realizou na Universidade de Manchester, entre 2013 e 2017, com o professor Ian Miles. “Em decorrência dessa interação, estamos lançando a obra como um importante retorno à sociedade brasileira do investimento feito pelo Programa na geração de novos conhecimentos”, explicou.

Juliano Lima, chefe de Gabinete da Presidência da Fiocruz, destacou que a Fundação é hoje a instituição da área científica e tecnológica com maior destaque na América Latina, tendo um  papel importante na formulação de políticas e no desenvolvimento de ações voltadas para a melhoria das condições de vida e saúde da população brasileira, defendendo que o caminho para o desenvolvimento com justiça social precisa estar ligado a um tripé que inclui saúde, ciência e educação. “A publicação traz uma contribuição valiosa para esse momento do Brasil, não apenas  no campo da saúde, mas para todas as áreas, uma vez que o pensamento e a ação precisam estar orientadas para o futuro que queremos construir. E os estudiosos do planejamento, da ciência, tecnologia e inovação ganham a oportunidade de acesso a um dos mais sólidos trabalhos no campo da prospectiva, que muito poderá contribuir para os trabalhos de formulação e implementação de políticas públicas no Brasil”, afirmou.

“Só temos a agradecer aos autores do livro por compartilharem e nos darem a oportunidade de estar nesse lançamento no Brasil, disseminando o conhecimento de uma publicação extremamente importante no campo dos estudos do futuro”, destacou Valdiléa Veloso em sua fala inicial. Segundo a diretora, o INI/Fiocruz tem a tradição de trabalhar com planejamento estratégico em diferentes cenários e incorporando diversos atores no processo e a obra traz exemplos importantes de como é possível aprimorar, ainda mais, esse tipo de pensamento nas ações de futuro para a unidade. “O livro vai contribuir para que nós avancemos na prospectiva. Não podemos nos prender no momento atual, de muito imediatismo. Temos que pensar no futuro, e ele começa agora com o que precisamos fazer para chegar aonde queremos, principalmente no Brasil”, salientou Valdiléa.

Em suas intervenções, os autores da obra, Ian Miles, Ozcan Saritas e Alexander Sokolov destacaram que prospectiva, futuro e pandemia estão intrinsecamente ligados e que é necessário uma visão sistêmica para entender como a atual pandemia de Covid-19 está agregada a demandas globais, geopolíticas, modos de produção, inclusão social e atividades econômicas. “Vivemos uma sindemia envolvendo questões epidemiológicas, sociais, econômicas e políticas. Estamos tentando melhorar o futuro, não apenas prever o que vai acontecer, mas tentar informar como as atividades atuais estão influenciando o futuro a longo prazo para escolhermos as coisas certas a serem feitas”, disse Ian Miles. Para Ozcan, a publicação não é voltada apenas para aqueles que trabalham com prospectiva, mas foi elaborada para juntar todos os atores que se preocupam com o amanhã, dando instrumentos e ferramentas para pensar o futuro. “Temos que olhar para frente e tomar medidas necessárias antes de surgirem novas ameaças. Este futuro tem que ser projetado com imaginação e criatividade”. Por fim, Alexander Sokolov lembrou como a prospectiva está ligada às ações estratégicas e decisões políticas, principalmente as científicas e de inovação. “É necessário também engajar as pessoas para trabalharem com a lógica da prospectiva. Apresentamos exemplos de onde essa prospectiva pode ser aplicada, seja em empresas, governos ou na sociedade como um todo, sempre com pensamentos a longo prazo”, concluiu.

“O processo coletivo fortalece a nossa instituição e adotar uma cultura para pensar o futuro mostra que temos que estar prontos para nos adaptar e atuar em diferentes cenários. Isso ocorreu agora com a pandemia de Covid-19 e, de certa forma, o fato de termos utilizado essa metodologia no nosso planejamento estratégico contribui para que o INI estivesse mais preparado para enfrentar esse cenário adverso que aconteceu”, afirmou Valdiléa Veloso, e em seguida encerrou a mesa destacando a necessidade de uma construção coletiva para se pensar as ações estratégicas para o futuro do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas frente aos novos desafios que venham a surgir.

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