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01/06/2017

Feira saudável e debate encerram festa de 117 anos da Fiocruz

André Costa, Gustavo Mendensohn de Carvalho, Renata Moehlecke e Ricardo Valverde


Dois painéis sobre os desafios e as oportunidades que o novo marco legal de ciência, tecnologia e inovação trazem para membros de instituições públicas de pesquisa marcaram o último dia (31/5) de comemorações dos 117 anos da Fiocruz. Organizados pela Coordenação de Gestão Tecnológica (Gestec/Fiocruz), os painéis contaram com coordenação do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da instituição, Marco Aurélio Krieger.

'Contexto político e o novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia & Inovação: impactos para inovação em saúde' foi tema de debates no último dia das comemorações do aniversário da Fiocruz (foto: Peter Ilicciev)

 

O primeiro painel teve a participação de Fabíola Castro, representante da divisão de inovação tecnológica do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Paula Lima, do Núcleo de Inovação Tecnológica e Instituto Adolfo Lutz, Paulo Mól, superintendente do Instituto Euvaldo Lodi, da Confederação Nacional da Indústria, e Gesil Sampaio, diretor do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec). As apresentações abordaram temas como os trâmites legais necessários para se obter bolsas de pesquisa e os parâmetros para que o setor privado estimule a inovação no país, em uma sinergia entre empresas, a academia e o governo. Os participantes também discorreram sobre os desafios do Marco Legal da Ciência e Tecnologia, aprovado ano passado. Durante as apresentações, foram destacados quatro pontos que podem ser dados para fazer o marco avançar: 1) a atualização de legislações estaduais, municipais e distritais em harmonia com o marco; 2) a reintrodução de itens vetados (e aperfeiçoamento com outros); 3) a consolidação dos entendimentos com os mecanismos de controle; 4) o estabelecimento de um novo modelo de financiamento à inovação junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

O segundo painel teve como palestrantes Ana Paula Cossenza, Jorge Mendonça e Renata Curi, que abordaram, respectivamente, os impactos do novo Marco Legal no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), no Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e no Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) e expuseram os projetos desenvolvidos e a produção de suas unidades. A diretora da Fiocruz Minas, Zélia Profeta, discorreu sobre a questão do ponto de vista das unidades regionais da Fundação. Valério Vieira, da Procuradoria da Fiocruz, teve como foco as questões legais. E a gerente da Coordenação de Gestão Tecnológica (Gestec) da Fiocruz, Maria Celeste Emerick, apresentou a atuação do Sistema Gestec-NIT frente às oportunidades do Novo Marco da C&T&I. Jorge Mendonça, que é diretor de Farmanguinhos, disse que “não basta pesquisar. É preciso inovar”.

Maria Celeste lembrou que a inovação é de suma importância para qualquer país e fez um histórico a respeito dos avanços na legislação obtidos pelo país a partir dos anos 2000. “A Fiocruz foi uma pioneira, ao criar a Gestec ainda na segunda metade da década de 1980, com Sergio Arouca, mas o Brasil ainda levou um tempo para criar uma legislação específica para a área”, afirmou. As apresentações discutiram as parcerias público-privadas, os acordos de cooperação e de transferência de tecnologia, o empreendedorismo, os gargalos na C&T&I, a criação dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) a partir de 2004, a burocracia que emperra e atrasa a inovação, as modificações no ordenamento jurídico e a participação e o papel da Fiocruz no projeto de lei que gerou o novo Marco Legal. O vice-presidente de Produção e Inovação da Fiocruz, Marco Aurélio Krieger, encerrou o evento dizendo-se satisfeito, “já que tivemos aqui um olhar certeiro para as questões fundamentais acerca da inovação e pudemos vislumbrar oportunidades e avanços para a Fundação”.

Feira Fiocruz Saudável

A Feira Fiocruz Saudável ofereceu serviços de saúde para os participantes do evento (foto: Peter Ilicciev)

 

As atividades da Feira Fiocruz Saudável ocorreram durante o terceiro e o quarto dia de eventos. Foram oferecidos ao público serviços de saúde, como a aplicação de vacinas contra a Influenza (gripe), a distribuição de preservativos e orientações sobre DSTs, material educativo sobre nutrição e tabaco, além da aferição de pressão arterial e medição de glicose. Os visitantes também contaram com sessões de massoterapia.

Alguns estandes realizaram ações como troca de pilhas e baterias, resíduos tecnológicos e eletrônicos, e material de escritório. Também foi possível obter mudas de plantas. Outra atividade foi a recolhimento de livros, revistas e brinquedos em bom estado de conservação para doar ao Lar Irmão Francisco, da comunidade do Amorim.

Profissionais e estudantes das diversas unidades da Fiocruz expuseram seus trabalhos artísticos (foto: Peter Ilicciev)

 

A Coordenação de Cooperação Social da Fiocruz promoveu uma oficina de Libras. Houve também um debate com os produtores do documentário É Rio ou Valão?, além da exposição Artistas Plásticos de Manguinhos, na qual profissionais e estudantes das diversas unidades da Fiocruz expuseram seus trabalhos artísticos, como pinturas e esculturas. O espaço Oswaldo Inspira do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) trouxe a exposição 100 anos sem Oswaldo Cruz (1872-1917), que destaca os traços pouco conhecidos da vida do cientista, em especial, seu gosto pela fotografia.

Egressos da pós-graduação e homenagens

A programação do último dia de comemorações pelos 117 anos da Fiocruz também apresentou um encontro de egressos dos cursos da Fundação. Com a participação de diversos ex-alunos, pertencentes ou não ao quadro de profissionais da instituição, o evento teve a mesa de abertura composta pela presidente Nísia Trindade, pelo vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Manoel Barral Netto, e o representante da Associação de Pós-graduandos da Fiocruz (APG), Lucas Nishida.

A programação também promoveu a reunião de egressos dos cursos da Fundação (foto: Peter Ilicciev)

 

Manuel Barral classificou o encontro como “marco inaugural de um programa para intensificar o relacionamento institucional com os egressos”, com a oferta de eventos e diversas modalidades de capacitação, “para manter a ideia que somos sempre Fiocruz”. A iniciativa conta com total incentivo da Presidência, “para tecer uma rede que traga e faça circular ideias para uma agenda que vai além do nosso país. Para o representante da APG, essa seria uma oportunidade de “pensar o futuro tendo como base tudo que já foi construído, na direção do avanço do SUS e pela saúde e educação irrestritas, para superar a exclusão e os retrocessos”.

A última tarde do aniversário também contou com uma homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras da Fiocruz. Servidores com mais de 30 anos de trabalhos prestados à sociedade brasileira receberam reconhecimento.

Apresentações

Apresentações musicais tiveram destaque no último dia de festividades. Pela manhã, a Orquestra de Câmara do Palácio Itaboraí animou os visitantes da Feira Fiocruz Saudável. Trata-se de projeto sócio-cultural direcionado a jovens estudantes da rede pública de ensino do município de Petrópolis e arredores. O grupo oferece um curso intensivo com aulas teóricas e práticas de música, visando desenvolver o aprendizado com perspectiva profissionalizante e humanista.

Para finalizar o quarto dia de comemorações, a banda Música Urbana fez o show de encerramento (foto: Peter Ilicciev)

 

Durante a tarde, o Coral Fiocruz cantou parabéns para cortar o tradicional bolo de aniversário da Fundação, além de trazer para o público canções da música popular brasileira, como O morro não tem vez, composta por Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Logo após, foi a vez da bateria Batuca Oswaldo fazer parte da festa. Para finalizar o quarto dia de comemorações, a banda Música Urbana fez o show de encerramento.

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