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05/04/2023

Filmes do Festival OMS passam a integrar a Plataforma de Filmes VideoSaúde Fiocruz

Wagner Oliveira (VídeoSaúde Distribuidora Fiocruz)


A circulação de conteúdos comunicacionais baseados em fatos e evidências científicas está no centro de um intenso debate da saúde coletiva. Trata-se de uma discussão em escala mundial. São imensos os desafios para levar à sociedade dados qualificados e temas negligenciados ou que demandam engajamento social, como o aumento da cobertura vacinal ou questões envolvendo dados confiáveis sobre transmissão e prevenção de doenças. No campo do audiovisual, o Festival de Filmes Saúde para todos (HAFF, Health for All Film Festival, em inglês), criado em 2019 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi uma boa novidade neste contexto. A iniciativa também abriu uma janela de exibição de produções vindas dos quatro cantos do mundo. São pessoas, coletivos e territórios contando histórias e propondo narrativas próprias sobre questões de saúde. 

Em entrevista a seguir, o coordenador do Festival Saúde para todos da OMS, Gilles Reboux, conversa com exclusividade com a Plataforma de Filmes VideoSaúde Fiocruz para contar sobre como o festival ganhou corpo, entrou para a agenda fixa da OMS e já agrega um acervo amplo de filmes. Giles também reflete sobre a importância do audiovisual na comunicação e promoção da saúde. 

A Plataforma de Filmes VideoSaúde Fiocruz passa a divulgar, a partir de agora, vários dos curta-metragens selecionados, exibidos e premiados em edições anteriores do festival da OMS. Com o intuito, no entendimento da equipe VideoSaúde, de abrir janelas de divulgação e exibição para este acervo mundial que só reforça o papel da comunicação pública em tempos de desafios informacionais e comunicacionais no campo da saúde.

Giles Reboux conta que, a cada edição do Festival, a OMS recebe, em média, cerca de 1.000 inscrições de curtas-metragens de mais de 110 países. “A originalidade do nosso festival é que qualquer pessoa pode inscrever um filme, seja trabalhando para uma ONG ou instituição pública, seja um estudante, um profissional de saúde, um cientista ou um cineasta profissional. Essas histórias são uma fonte de inspiração tanto internamente na OMS quanto externamente”, relata, empolgado, à VideoSaúde. 

“Filmes demonstraram que uma história forte pode ter um impacto na saúde, melhorando diretamente algumas situações”. No entender de Reboux, uma boa produção audiovisual expressa uma dimensão humana sobre a saúde ou sobre as questões ambientais e sociais que condicionam o estado de saúde das populações, qualquer que seja a narrativa criativa utilizada: ficção, documentário, animação, outras abordagens artísticas audiovisuais.

O Saúde para Todos anuncia em data emblemática, no Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, os selecionados e premiados em sua quarta edição (2023). Consulte o site para obter mais detalhes, bem como palavras do diretor-geral da OMS sobre o Festival Saúde para Todos.

VideoSaúde: Qual é o significado do festival para a OMS?    

Gilles Reboux: O Health for All Film Festival é uma iniciativa inovadora que sugeri ao diretor-geral da OMS em 2019, que aprovou e decidiu após sua primeira edição bem-sucedida em 2020 que deveria continuar anualmente. Essa iniciativa realmente significa muito para os funcionários e equipes da OMS e para o público externo, incluindo os parceiros da OMS. Porque é uma forma original de mobilizar inúmeros defensores da saúde em todo o mundo para que contem suas histórias sobre os desafios e soluções da saúde. A originalidade do nosso festival é que qualquer pessoa pode inscrever um filme, seja trabalhando para uma ONG ou instituição pública, seja um estudante, um profissional de saúde, um cientista ou um cineasta profissional. Essas histórias são uma fonte de inspiração tanto internamente na OMS quanto externamente. Ao envolver especialistas da OMS para comentar os filmes, bem como alguns dos vencedores, algumas universidades de saúde pública e todos os públicos possíveis, desenvolvemos cada vez mais o uso desses curtas-metragens para promoção e educação em saúde. Alguns deles demonstraram que uma história boa e forte pode ter um impacto na saúde, melhorando diretamente algumas situações. Há vários testemunhos em nosso site ilustrando esta abordagem.

VideoSaúde: Contar histórias audiovisuais sobre saúde é uma estratégia cada vez mais importante?

Gilles Reboux: O trabalho central e o missão da OMS são baseados em pesquisas e evidências científicas. Além desse conhecimento verificado vindo de todos os países e vigilância global com grande análise de dados e expertise, é importante ver as histórias e sentimentos humanos, para sempre lembrar que as estatísticas representam várias situações individuais. Uma boa história audiovisual expressaria essa dimensão humana sobre a saúde ou sobre as questões ambientais e sociais que condicionam o estado de saúde das populações, qualquer que seja a narrativa criativa utilizada: ficção, documentário, animação, outras abordagens artísticas audiovisuais. Todos eles podem contribuir para a promoção e educação em saúde quando os colocamos em perspectiva com os dados científicos disponíveis. A linguagem audiovisual é de fato um meio poderoso para transmitir informações e emoções, para mostrar comportamentos e para expressar, às vezes de maneira muito curta, o que às vezes pode ser complexo de explicar com palavras.

VideoSaúde: Qual a expectativa para a próxima edição?

Gilles Reboux: A cada edição do Health for All Film Festival, recebemos em média cerca de mil inscrições de curtas-metragens de mais de 110 países. Centenas de funcionários da OMS participaram da pré-seleção deles e apresentamos todos os anos uma lista de cerca de 90 histórias em diferentes categorias. Sempre temos três categorias principais de competição com base nas principais metas de saúde pública da OMS: Cobertura universal de saúde / Emergências de saúde / Melhor saúde e bem-estar. Todos os anos também temos prêmios temáticos específicos, em 2023 será 1- Mudanças Climáticas e Saúde / 2- Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos.

Esperamos fortemente que, de 7 de abril até a nossa cerimônia de premiação no início de junho, o maior número possível de pessoas assista às nossas listas de reprodução HAFF de filmes selecionados. Cada pessoa é incentivada a escolher um que deseja defender e comentar a respeito nas mídias sociais usando a hashtag #Film4Health. Também temos um grupo LinkdedIn de Defensores do Festival de Cinema de Saúde para Todos, onde incentivamos o público que deseja apoiar essa abordagem de promoção da saúde por meio de filmes a se juntar e compartilhar suas ideias ou experiências com filmes. 

VideoSaúde: O acervo do Festival já é bem amplo, apesar de ser uma iniciativa recente. Como a OMS pretende oferecê-lo ao público de diversos países, como o Brasil?

Gilles Reboux: Desde a primeira edição do HAFF em 2020, selecionamos cerca de 250 curtas-metragens que representam uma grande diversidade de temas de saúde e situações geográficas, inclusive muitos do Brasil. As pessoas podem consultar este catálogo em nosso site e gostaríamos de torná-lo mais interativo para que seja fácil recuperar algumas histórias sobre um tópico de saúde em um determinado país. Isso se tornará uma maneira de as pessoas engajadas na promoção da saúde em qualquer país encontrarem a ilustração em vídeo apropriada e também se inspirarem no que é feito em outros países. Não podemos viajar por vários lugares do mundo para explorar questões de saúde, mas todos podemos aprender uns com os outros por meio de boas histórias audiovisuais. Para os brasileiros, é claro que devemos encontrar meios de legendar em português tantas histórias relevantes quanto possível, espero que isso seja possível, especialmente se observarmos uma demanda crescente por tais versões linguísticas.

Visite a Plataforma de Filmes VideoSaúde Fiocruz

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