21/03/2022
Ana Paula Blower (Agência Fiocruz de Notícias)
Em encontro realizado na última sexta-feira (19/3), representantes da Fiocruz e da Deutsche Forschungsgemeinschaft (DFG), organização alemã sem fins lucrativos de amparo à pesquisa, reuniram-se para fortalecer a cooperação bilateral entre as instituições e discutir possíveis parcerias de fomento. Como um primeiro passo nesse sentido, foi sugerida a realização de um workshop para avaliar as oportunidades, identificando possibilidades entre os projetos já em curso e analisando futuras linhas de pesquisa.
Representantes se reuniram para fortalecer a cooperação bilateral entre as instituições e discutir possíveis parcerias de fomento (foto: Pedro Paulo Gonçalves)
Após uma apresentação do coordenador Adjunto de Educação Internacional da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic/ Fiocruz), Vinicius Cotta de Almeida, sobre o panorama atual das relações entre Alemanha e a Fundação, a diretora do Escritório da DFG para a América Latina, Christina Peters, observou a necessidade de sistematizar as cooperações que já ocorrem individualmente e de futuras cooperações entre o instituto alemão e a Fiocruz. Diante disso, a organização de um seminário se mostrou como uma boa ferramenta.
De acordo com os dados trazidos por Almeida, levantados a partir de um questionário, há ao menos 52 projetos – em curso ou já finalizados – na Fiocruz com alguma interseção com a Alemanha. Além disso, 97 pesquisadores responderam que ainda não têm projetos estabelecidos com o país europeu, mas têm interesse em ampliar essa relação.
“A cooperação em pesquisa entre Brasil e Alemanha, tão bem estabelecida há muitos anos, tem grande importância para a ciência de ambos os países. É fundamental promover mecanismos de continuidade dessa cooperação”, ressaltou Peters.
Neste aspecto, Cristina Guilam, pró-reitora de Educação da Vpeic/ Fiocruz, enfatizou que a atuação da Fundação é nacional e é importante que haja esse olhar para todas as iniciativas da instituição no país. “Estamos trabalhando para integração das unidades e fortalecimento de um país tão desigual quanto o Brasil. Também estamos de olho em oportunidades de cooperação com instituições do país todo”, pontuou Guilam.
Primeiro passo da cooperação será a realização de um workshop para avaliar as oportunidades, identificando possibilidades entre os projetos já em curso e analisando futuras linhas de pesquisa (foto: Pedro Paulo Gonçalves)
Em sua apresentação, Rodrigo Corrêa de Oliveira, vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/ Fiocruz) reforçou a atuação da Fundação em todo o país e destacou as iniciativas da Fiocruz pelo território nacional. Entre elas, citou o Programa Inova Fiocruz, lançado em 2018 e que tem como objetivo fomentar a pesquisa e a inovação resultando na entrega de produtos, conhecimento e serviços para a sociedade. Um dos resultados recentes do programa foi o desenvolvimento de dois kits de diagnóstico e da vacina para Covid-19. A intenção agora, segundo Oliveira, é lançar novos editais para “potencializar o que já foi financiado, disseminar resultados e contribuir para a agenda científica”.
Cooperação internacional
A Alemanha está entre os cinco maiores parceiros históricos internacionais da Fiocruz. Segundo Marcelo Pelajo, coordenador do grupo de trabalho para cooperação com instituições alemãs da Fiocruz, a Fundação tem muitas iniciativas individuais, outros estruturantes, com o país europeu. “Com estruturação de programas, fomento e esclarecimento a comunidade, teremos a possibilidade de projetos que são hoje individuais se tornarem projetos de porte maior. Temos uma avenida de crescimento muito grande com uma comunidade que reconhece na Alemanha uma excelência em pesquisa”, observou Pelajo.
Durante a reunião, Guilam explicou que há duas formas de colaboração internacional na Fiocruz: Norte-Sul, com parcerias com países mais estabelecidos do ponto de vista da pesquisa, e uma cooperação estruturante, estabelecida para fortalecimento de instituições já existentes.
Peters ressaltou que a DFG não se concentra em áreas específicas de pesquisa, mas que cobre todas as áreas, desde as ciências humanas até as biológicas e tem como foco a excelência científica. A operação internacional, segundo a diretora, é um grande foco da instituição, com objetivo de estabelecer parcerias estratégicas com outras instituições de financiamento. A DFG já tem parcerias no Brasil com a Capes e CNPq, por exemplo.