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18/01/2017

Fiocruz e Université Paris 8 debatem divulgação científica

COC/Fiocruz


Um acordo de cooperação firmado entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Université Paris 8 começa a gerar os primeiros frutos no campo da divulgação científica. Em janeiro, a pesquisadora Luisa Massarani, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), participa de uma série de encontros na capital francesa para discutir projetos de pesquisa e possíveis parcerias na área de ensino em divulgação científica entre as duas instituições. Integrante do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida, ela ministrará palestras na universidade parisiense e em outras organizações no país.

Estudo com adolescentes sobre as representações da ciência e dos cientistas é um dos projetos na pauta da cooperação entre as duas instituições (Foto: Peter Illiciev)
 

"É com enorme satisfação que estreitamos os laços com a Université Paris 8, uma tradicional instituição francesa, nascida a partir da efervescência intelectual e política que marcou o ano de 1968", afirma a vice-diretora de Pesquisa, Educação e Divulgação Científica da COC/Fiocruz, Magali Romero Sá. "Ao estabelecer um canal de diálogo com outros grupos que se dedicam a estudar a divulgação científica em diferentes contextos, a Casa de Oswaldo Cruz dá mais um passo na consolidação dessa frente de pesquisa e do recém-criado mestrado nessa área."

Um dos projetos que estará em pauta envolve uma comparação, nos contextos brasileiro e francês, de um estudo que buscou compreender a percepção de adolescentes sobre a ciência na TV e as representações da ciência e dos cientistas. O objetivo é analisar as convergências e divergências do estudo realizado no Brasil com o observado entre os jovens franceses. Outra frente deste trabalho, em discussão no momento, visa investigar de que forma os jovens usam as diferentes fontes no que se refere a temas ligados a ciência. Esse projeto será tema de uma das conferências ministradas por Luisa na instituição.

“A divulgação científica é uma área acadêmica emergente no mundo, por isso, parcerias nacionais e internacionais são muito importantes para o seu fortalecimento”, afirma a pesquisadora, que é coordenadora do mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde da Fiocruz. “O convite para eu vir a Paris ocorreu em um momento particularmente importante, por conta do novo mestrado. Esta parceria contribuirá muito com o programa. Está previsto, por exemplo, que um professor da Université Paris 8 ministrará uma disciplina para os alunos brasileiros”, complementou.    

A pesquisadora vai proferir duas outras palestras na universidade. Em uma das apresentações, fará uma reflexão sobre a divulgação científica na América Latina. A outra fala será centrada na educação não-formal em museus de ciência do Brasil, com foco na experiência do Museu da Vida. Ela falará também na Unesco e na École Supérieure de Physique et de Chimie Industrielles de la Ville de Paris.

Luisa participa ainda de encontros para discutir formas de contribuição mútua no ensino, em particular no âmbito do mestrado oferecido pela Casa de Oswaldo Cruz e no programa de pós-graduação da universidade francesa, em Educação em Ciências. “Além de pensar em disciplinas em cada um dos mestrados, nosso desejo – caso haja recursos –  é que haja intercâmbio de alunos”, explica.

“O desenvolvimento de parcerias internacionais em áreas chave para o desenvolvimento econômico, como a biodiversidade e a divulgação científica, corresponde às prioridades tanto do governo francês quanto da comunidade Europeia”, diz Mônica Macedo, da Université Paris 8, sobre o acordo de cooperação com a Fiocruz, que envolve o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e a COC. “Nosso convênio nos permite trabalhar em conjunto e concretamente em projetos de grande porte como o desenvolvimento de fitomedicamentos oriundos da biodiversidade brasileira, e na análise das representações sociais da ciência e da tecnologia comparativamente nos dois países”, complementa.

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