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04/10/2019

Fiocruz inaugura laboratório de virologia para amostras clínicas

Paulo Schueler (Bio-Manguinhos/Fiocruz)


O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) deu um importante passo na sua capacidade de análise de amostras clínicas, com a inauguração (20/9) do Laboratório de Virologia para Análise de Amostras Clínicas. O espaço é resultado do acordo de codesenvolvimento da vacina inativada para dengue com a GSK. A iniciativa do desenvolvimento da vacina foi descontinuada em 2017, porém o projeto visa adicionalmente a capacitação de Bio-Manguinhos em diversas frentes, como infraestrutura, o que resultou na construção de um laboratório BPLC no segundar andar do Pavilhão Rocha Lima, em Manguinhos (RJ).

Laboratório permitirá a realização de estudos para novas vacinas (foto: Bio-Mangunhos/Fiocruz)

 

A inauguração contou com as presenças de José Carlos Felner, general manager da GSK no Brasil; Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz; Mauricio Zuma, diretor de Bio-Manguinhos; Akira Homma, assessor científico sênior, além de representantes do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e colaboradores de Bio-Manguinhos que participaram de forma ativa na construção da nova área.

Presidente da Fiocruz, Nísia destacou o novo laboratório como uma conquista para a Fiocruz. “Este novo laboratório é estratégico para a virologia, com significado epidemiológico e clínico para a vigilância em saúde, ainda mais em um momento de construção da agenda dos 120 anos da Fundação. Parcerias longas, como com a GSK, permitem troca de conhecimento e reforçam os valores do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirmou.

Zuma reafirmou a importância da parceria estratégica com a GSK para além das transferências de tecnologia, e vislumbrou as conquistas que Bio pode obter com o novo laboratório. "Faço aqui meus agradecimentos a Akira Homma, Artur Couto, Ricardo Galler, Marcos Freire, dentre outros. Era grande a expectativa pela chegada deste dia, de termos um laboratório em condições de Boas Práticas de Laboratórios Clínicos (BPLC), com qualidade total, e a capacidade de processar grande quantidade de amostras".

Felner ressaltou o papel da Fiocruz e de Bio-Manguinhos para a saúde pública brasileira. “A Fiocruz é a mais capacitada instituição pública na promoção da saúde. Os cimentos dessa parceria são a credibilidade mútua entre as duas instituições e o sentir-se à vontade para trocar informações, num modelo colaborativo. Há 10 anos, Akira falava que a relação da GSK tinha que ir além do aspecto comercial da transferência de tecnologia. E foi o que fizemos”, disse.

Akira relembrou o início da parceria. “O processo de transferência de tecnologia da vacina Hib foi exemplar, porque provamos que é possível, em parceria, fazer a internalização de todo o processo de produção de uma vacina. Em relação ao laboratório que se inaugura, ele é fruto da primeira vez em que uma multinacional sentou para debater codesenvolvimento com um laboratório público no Brasil. O resultado para a vacina de dengue não foi o que buscávamos, mas adquirimos muito conhecimento com o processo”, ressaltou.

Atualmente, a nova área é uma extensão do Laboratório de Tecnologia Virológica (Latev) e conta com Boas Práticas de Laboratórios Clínicos (BPLC). No espaço, acontecerão a análise de centenas de amostras clínicas, cuja capacidade será aumentada exponencialmente com o início da operação de modernos equipamentos. “O laboratório permitirá a realização de estudos para novas vacinas, com suas plataformas de PCR e neutralização (cultura de célula e automação). A capacidade de processamento em PCR é de 200 mil amostras, cerca de 3.200 por mês. Já a de neutralização é de 1.200 por mês”, explicou Sheila Lima, chefe do Laboratório de Tecnologia Virológica.

Beneficiam-se do espaço qualquer projeto ou estudo clínico que lide com vacinas virais. Um importante passo para Bio-Manguinhos/Fiocruz e a Saúde Pública.

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