30/09/2020
Vinicius Ferreira (IOC/Fiocruz)
Sequências genéticas e dados clínicos e epidemiológicos dos vírus influenza e Sars-CoV-2. Dados geográficos e específicos de espécies associadas a vírus aviários e outros animais. Estes conteúdos, fundamentais para ajudar pesquisadores nacionais e internacionais a compreender mais rapidamente como os vírus evoluem e se espalham durante epidemias e pandemias, podem ser encontrados na plataforma internacional de dados genômicos GISAID. Desde o início da pandemia de Covid-19, mais de 125 mil sequências genômicas virais do novo coronavírus já foram compartilhadas com especialistas de todo o mundo.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está ampliando sua colaboração de longa data com o GISAID sobre os vírus da influenza, originalmente conhecida como Global Initiative on Sharing All Influenza Data, juntando-se ao apelo dos Estados Membros da OMS para apoiar a plataforma. Atualmente, a Fundação é responsável pela curadoria dos dados globais submetidos ao GISAID no fuso horário das Américas.
A equipe de curadores é responsável pela análise dos dados, o que permite o compartilhamento confiável e em tempo real das informações: as sequências depositadas são analisadas e disponibilizadas online em até 2 horas, em média. “A Fiocruz tem desempenhado papel essencial durante a pandemia. Nossa parceria público-privada sem dúvida contribuirá para o avanço da capacidade de bioinformática no Brasil e na região, possibilitando colaborações indispensáveis para o progresso da saúde pública, bem como de pesquisa e desenvolvimento, lançando as bases para servir também a outros patógenos prioritários”, afirma Peter Bogner, presidente da Iniciativa GISAID.
Os especialistas da Fiocruz também contribuem para o desenvolvimento de novas ferramentas de pesquisa que facilitem e aprimorem o depósito e análise dos genomas. "Para o rápido progresso no entendimento da Covid-19 e suas complicações é fundamental a colaboração científica mundial. Por meio dos dados da plataforma, é possível avançar em pesquisa e desenvolvimento de possíveis vacinas e medicamentos, além de manter os kits de diagnóstico sempre atualizados com os genomas circulantes e a vigilância da dispersão dos vírus sempre alerta. Os dados do GISAID devem ser utilizados prioritariamente para fins de saúde publica", frisa a coordenadora brasileira da iniciativa, a pesquisadora Paola Cristina Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
A Plataforma possui acesso aberto e gratuito e incentiva a implementação de projetos colaborativos entre grupos de todas as partes do mundo. Para conhecer, clique aqui.