Início do conteúdo

04/10/2017

Fiocruz lança livro sobre o trabalho no mundo contemporâneo

Julia Neves (EPSJV/Fiocruz)


Elucidar o processo histórico que vem conformando o campo do trabalho, da educação e da saúde no Brasil de modo a contribuir para a organização da classe trabalhadora: essa é a proposta do livro O Trabalho no Mundo Contemporâneo: contradições e desafios para a saúde. A obra recebeu o mesmo título do seminário promovido pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), em setembro de 2013, como continuidade de dois seminários anteriores: Fundamentos da Educação Escolar no Brasil Contemporâneo (2006); e Estado, Sociedade e Formação Profissional em Saúde: contradições e desafios em vintes anos de SUS (2008).

(Confira o livro na íntegra)

Organizado por Ialê Falleiros, Muza Clara , Renata Reis, Márcia Valéria Morosini, Júlio César França Lima e Filipina Chinelli – todos professores-pesquisadores da EPSJV/Fiocruz, o livro reúne as falas principais e os debates do seminário. “Colocamos em discussão o trabalho, enfocando os elementos que produzem o atual modo de vida em nossa sociedade, suas características e implicações para os trabalhadores. Estiveram em análise também as relações de trabalho na contemporaneidade capitalista e no contexto brasileiro, bem como o campo de lutas”, destaca Ialê Falleiros, uma das organizadoras.

A coletânea foi dividida em duas partes: Dinâmica do Seminário, que traz as cinco mesas do evento, e Documento Síntese. “Os debates apresentam formas de interpretar os problemas que marcam as experiências e as relações de trabalho no Brasil hoje, inseridas nas questões que afetam a vida e que têm produzido demandas por direitos sociais, em especial por saúde e educação públicas de qualidade”, explica Ialê.

Intitulado O trabalho no mundo contemporâneo, a mesa 1 contemplou uma discussão sobre as transformações no trabalho no contexto do capitalismo contemporâneo. Os palestrantes foram Marcelo Badaró (Universidade Federal Fluminense) e José Sérgio Leite Lopes (Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro). Na mesa 2 Mudanças no mundo do trabalho e seus impactos na área da saúde, os aspectos abordados foram, entre outros, os trabalhadores no contexto de precarização do trabalho na atualidade e a política do precariado e a superexploração da força de trabalho, com os debatedores Ruy Braga (Universidade de São Paulo) e Moema Serpa (Universidade Estadual da Paraíba).

Já a mesa 3 - Os trabalhadores da saúde: desafios e lutas - trata da gestão do trabalho na saúde e o balanço das questões relativas às condições de trabalho, vinculação e remuneração para os trabalhadores, além das características do trabalho no SUS no contexto da reforma do Estado e da conformação das políticas de saúde no marco da institucionalização de novas relações entre o público e o privado. Os palestrantes foram: Francisco Batista Jr (ex-presidente do Conselho Nacional de Saúde) e Nelci Dias da Silva (Mestre em Gestão do Trabalho e Educação na Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fiocruz).

Na mesa 4, que leva o título Trabalho e Educação Profissional em Saúde, debateu a conformação do campo da educação profissional na saúde, a organização das Escolas Técnicas do SUS, o Projeto Larga Escala, o Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área da Enfermagem (Profae) e o Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (Profaps), além da política de trabalho e educação profissional em saúde no contexto de difusão da cultura da saúde como mercadoria. Os palestrantes foram Júlio César França Lima e Marise Ramos, ambos professores-pesquisadores da EPSJV/Fiocruz.

Por fim, a mesa 5 - A saúde do trabalhador e a saúde do trabalhador da saúde - reuniu alguns temas como doenças que acometem os trabalhadores no cotidiano da precarização e superexploração; o sofrimento psíquico relacionado ao trabalho e condições de atendimento à saúde do trabalhador no SUS. Os palestrantes foram Álvaro Merlo (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e Isabela Cardoso Pinto (Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia).

“O livro será de grande proveito para estudiosos do tema, bem como para docentes e discentes dos diversos cursos na área da saúde e para os movimentos ligados ao trabalho, em especial, ao trabalho em saúde”, ressalta Ialê.

Voltar ao topo Voltar