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17/02/2020

Fiocruz lança Residência Multiprofissional em Doenças Infecciosas e Parasitárias

Antonio Fuchs (INI/Fiocruz)


O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) está lançando o Programa de Residência Multiprofissional em Doenças Infecciosas e Parasitárias. O curso, ofertado pela primeira vez na instituição, tem como público alvo profissionais graduados em enfermagem, farmácia, fisioterapia e nutrição e registrados no conselho profissional correspondente. As inscrições para o processo seletivo estão abertas de 14 a 18 de fevereiro, são oferecidas cinco vagas, e as aulas começarão no dia 2 de março de 2020.

As vagas disponíveis estão distribuídas da seguinte maneira: 2 para graduados em enfermagem, 1 para farmácia, 1 para fisioterapia e 1 para nutrição. O programa terá dois anos de duração, em tempo integral, com 80% (oitenta por cento) da carga horária total sob a forma de estratégias educacionais práticas e teórico-práticas e 20% (vinte por cento) sob forma de estratégias educacionais teóricas, atendendo a Resolução da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional (CNRMS nº 5/2014). Os documentos para inscrição deverão ser entregues na Secretaria Acadêmica da Vice-direção de Ensino do INI/Fiocruz até o dia 18 de fevereiro. 

O site do INI/Fiocruz com o coordenador da Residência Multiprofissional em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Renato França da Silva, e a coordenadora adjunta, Patrícia Dias de Brito, para saber mais sobre o novo curso.

INI/Fiocruz: Como surgiu a proposta do curso?

Renato França: A proposta surgiu a partir de um debate coletivo entre as coordenações dos cursos de especialização do INI/Fiocruz em tornar nossa Residência em Multiprofissional, envolvendo as diversas capacitações que temos aqui em um único projeto, visando sempre a melhor qualificação profissional para nossos alunos através de uma iniciativa que vem sendo desenvolvida há mais de um ano.

Patrícia Dias de Brito: No caso da nutrição, por exemplo, as alunas que já passaram pelo nosso curso sempre falaram que o diferencial do INI/Fiocruz é a carga horária prática que oferece, indo para além das aulas teóricas e isso faz toda a diferença na formação delas, principalmente em processos seletivos ou na inserção no mercado de trabalho. Ou seja, a partir deste ano teremos além da especialização, a opção da residência multiprofissional, que será interligada à primeira, com o acréscimo de carga horária teórica e prática.

INI/Fiocruz: Qual o objetivo da Residência Multiprofissional?

Renato França: O grande objetivo dessa residência é o treinamento prático em serviço. Por isso a maior parte da carga horária do aluno será na prática diferenciada que temos aqui no INI/Fiocruz. Por sermos um Instituto Nacional de Infectologia temos profissionais envolvidos nos campos da Pesquisa, do Ensino e da Assistência, trabalhando de forma integrada. E os alunos vão poder vivenciar isso diariamente, alinhando os conhecimentos técnico-científicos, o raciocínio crítico-reflexivo e a visão integral, ampliada e humanizada dos processos de saúde e doença.

Patrícia Dias de Brito: Eu penso que temos um lugar que, por ser pequeno, favorece esse aprendizado. Somos um hospital com poucos leitos, mas que trazem um trabalho intenso e constante para nossos profissionais. E o aluno terá a oportunidade de atuar diretamente com esses profissionais e com os pacientes. Então aquilo que se aprende na teoria dentro da sala de aula será aplicado diretamente no cuidado com os pacientes.

INI/Fiocruz: Esta primeira edição conta com cinco vagas. O que o futuro pode reservar?

Renato França: Para esta primeira turma dispomos de cinco vagas, sendo duas para enfermagem, uma delas atendendo aos requisitos das ações afirmativas da Fiocruz definidas pela Portaria 6162/2019-PR, e seguindo uma orientação do Fórum de Residências da Fundação, uma para nutrição, uma para fisioterapia e uma para farmácia.

Um processo da Residência Multiprofissional tem que contar com, no mínimo, três categorias. Nós temos quatro nesta primeira turma. Aqui no INI/Fiocruz estamos qualificando ainda mais as outras categorias para incluí-las futuramente dentro deste programa. A psicologia, por exemplo, já tem um histórico de especialização há algum tempo e pode ingressar no curso com o tempo, assim como nós pretendemos abrir para as áreas biomédicas, medicina veterinária, fonoaudiologia, serviço social, entre outras. Mas precisamos fortalece-las no desenvolvimento de cursos de especialização primeiro para, posteriormente, solicitar mais vagas para a nossa Residência Multiprofissional.

INI/Fiocruz: Há algum diferencial na Residência Multiprofissional do INI/Fiocruz?

Renato França: Um dos nossos diferenciais é o fato do INI/Fiocruz ter sido indicado duas vezes pelo Ministério da Saúde para receber pacientes em isolamentos especiais, como foi o caso do ebola e atualmente para o coronavírus, se por acaso chegar ao Brasil. Isto mostra o quanto nossa equipe é qualificada e capacitada para atendimentos em emergências em saúde pública. Também somos referência em diversos estudos nos mais variados campos da Infectologia, permitindo a nossos alunos terem acesso a diferentes informações e participar ativamente das pesquisas aqui desenvolvidas. Então este estudante pode acompanhar nos ensaios clínicos o início de um estudo que pode virar, posteriormente, uma orientação para o Ministério da Saúde, ou um indicador de qualidade para atendimento a pacientes com as diferentes doenças infecto-parasitárias como HIV, zika, chikungunya, dengue, tuberculose e doenças negligenciadas como Chagas, por exemplo.

Patrícia Dias de Brito: Para nós da nutrição o desafio é sempre chamar os nutricionistas para a área das doenças infecciosas porque isto não é valorizado em nenhum momento durante a graduação. Os profissionais da área têm pouco interesse em Infectologia e o não conhecimento do que pode ser feito por esses pacientes. A procura por esta área é muito maior na Enfermagem.

INI/Fiocruz: Qual a expectativa para esta primeira edição?

Renato França: Dentro da possibilidade de um cronograma muito apertado, que não dependia de nós e sim de outros atores, nós queremos receber o máximo de alunos e fazer o nosso melhor possível para começar a Residência Multiprofissional com estudantes do mais alto gabarito.

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