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16/07/2020

Fiocruz Minas debate possibilidades para enfrentar a Covid-19

Fiocruz Minas


Uma oficina virtual (10/7) discutiu as possibilidades de trabalho envolvendo a Fiocruz e outros atores, visando ao enfrentamento da Covid-19. Organizado pela direção da Fiocruz Minas, o encontro reuniu representantes de diversas instituições públicas de Minas Gerais e também de movimentos sociais que atuam no estado. O evento contou ainda com a participação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. Durante a abertura, a diretora da Fiocruz Minas, Zélia Profeta, falou sobre a idealização do encontro.

“O objetivo de estarmos aqui hoje é pensar em projetos colaborativos, de forma que possamos atuar em diferentes frentes, envolvendo gestores e movimentos da sociedade civil organizada. A ideia de promover esse encontro surgiu em uma das reuniões do Fórum das unidades regionais da Fiocruz, quando discutíamos de que maneira poderíamos contribuir ainda mais com o enfrentamento da pandemia. A proposta, então, é que essa reunião que ocorre aqui hoje aconteça também em outros estados, onde há unidades da Fiocruz”, explicou.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, destacou que a pandemia de Covid-19 é, sem dúvida, um dos marcos do século 21, com impactos ainda impossíveis de serem avaliados. Por esse motivo, segundo Nísia, é um acontecimento que impõe o desafio de se olhar de forma integrada, permitindo a mobilização de conhecimentos de várias áreas. “É por isso que encontros como esse são fundamentais neste momento. Precisamos pensar fora da caixa, seja no campo da vigilância, da atenção primária, da inovação tecnológica”, afirmou.

De acordo com a presidente, o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido uma questão sempre presente nas discussões, desde as primeiras conversas sobre o enfrentamento da pandemia no país. Assim, a Fiocruz tem procurado contribuir em áreas estratégicas, como na testagem, no apoio aos Lacens, na análise de dados. Além da Vigilância, a Fundação também tem atuado no tratamento da doença e nas iniciativas voltadas para o desenvolvimento e produção da vacina.

“Neste momento específico, estamos mergulhados na questão das vacinas. O mundo vai precisar de muitas vacinas. E também nesse aspecto encontros como esse são importantes, no sentido de pensarmos na adesão da população à imunização. Por isso, o formato dessa iniciativa, com o envolvimento dos grupos em situação de vulnerabilidade, é extremamente importante. Sabemos que não só o Estado, mas a sociedade precisa ser fortalecida neste momento”, afirmou a presidente.

O subsecretário de Promoção e Vigilância em Saúde de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta, que na reunião estava representando o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, traçou um panorama sobre a situação do município no momento. Segundo ele, Belo Horizonte tomou uma série de medidas desde meados de março, como o fechamento do comércio, de pontos turísticos e a determinação do uso de máscaras pela população. Entretanto, esbarrou em algumas questões, que têm sido um problema nas mais diversas localidades, como as dificuldades para a aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs), de insumos para a testagem, de medicamentos e anestésicos.

“Temos firmado vários acordos buscando resolver alguns gargalos. A parceria com a Fiocruz Minas, por exemplo, está nos possibilitando ampliar o número de diagnósticos, por meio do PCR. Também fizemos uma parceria com o Sesc-MG, visando assistir à população em situação de rua. Mas ainda temos muitos desafios pela frente”, afirmou.

O subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas Gerais, Dario Brock Ramalho, falou sobre a situação da pandemia no estado. Segundo ele, uma das principais preocupações do momento é a interiorização da doença, uma vez que mais de 700 municípios já registraram casos.

“A curva epidêmica pôde ser adiada e achatada por algum tempo, mas agora começamos a ter um aumento no número de registros. Temos desenvolvido uma série de ações, boa parte delas em parceria com outras instituições. E isso é importante porque a Covid é uma doença que nos impõe limites em todas as suas etapas, seja na questão dos insumos para a testagem,seja nos tratamentos, e também em outros estágios”, disse.

Após as apresentações de conjuntura, todos os representantes de instituições e movimentos sociais puderam falar sobre suas percepções e apontar possibilidades de trabalho em conjunto. No final, o pesquisador Rômulo Paes fez uma síntese das sugestões de trabalho apresentadas durante a oficina. Entre as temáticas apontadas estão violência contra a mulher e crianças, saúde mental, ações de formação e educação permanente para profissionais de saúde e populações vulnerabilizadas, segurança alimentar, entre outras.

A síntese será enviada aos participantes e uma próxima reunião será convocada. Participaram do encontro a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais; as secretarias de saúde dos municípios de Belo Horizonte e Betim; a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais; o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG); a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig); a Defensoria Pública de Minas Gerais; a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais; a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); a Copasa, entre outras. Participaram ainda o Movimento da Periferia, Movimento Negro e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) também esteve representada pelo assessor Rodrigo Said.

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