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10/01/2019

Fiocruz oferece curso de cuidados paliativos na Atenção Primária

Informe Ensp


A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) está com inscrições abertas, até dia 8 de fevereiro, para o curso de especialização em Cuidados Paliativos com Ênfase na Atenção Primária (2019). O Curso é destinado a profissionais de nível superior da área de saúde, com prioridade para aqueles que atuam na atenção primária da rede pública. O objetivo é capacitar profissionais da área de saúde para a assistência em cuidados paliativos, em uma perspectiva interdisciplinar com ênfase na atenção primária. São ofertadas 25 vagas, sendo 3 para ações afirmativas. Leia o edital e faça sua inscrição aqui.

A especialização tem coordenação de Valeria Lino, do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria, e Marcos Besserman Vianna e Ernani Costa Mendes, ambos do Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural da Ensp/Fiocruz. Os cuidados paliativos consistem nos cuidados de saúde ativos e integrais prestados à pessoa com doença grave, progressiva e que ameaça a continuidade de sua vida. Com base nesse conceito, na determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que a atenção primária assumisse esse modelo de atenção e na Resolução 41, de 31 de outubro de 2018 do Ministério da Saúde, que reconhece a necessidade desse tipo de cuidado em todas as instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS), o curso pretende trazer uma abordagem que mantenha a dignidade ao cuidado do paciente que sofre com a doença crônica, evolutiva e também em estágio terminal.

“A ligação entre os cuidados paliativos e a APS é a assistência do paciente no seu domicílio. É prestar assistência para esse paciente no seu lar, no seu território. Isso é extremamente importante, está na base do SUS, garantindo a integralidade da atenção”, esclareceu Ernani Mendes.

O primeiro curso público sobre cuidados paliativos no Rio de Janeiro trará uma abordagem inovadora, com estágio prático que possibilitará ao aluno participar de visitas técnicas em nível domiciliar, ambulatorial e hospitalar – locais onde os pacientes transitam –, com um viés multidisciplinar. “Quando falamos em estágio avançado de doenças e perguntamos a um indivíduo onde ele deseja morrer, a grande maioria responde que almejaria falecer na sua casa, com a família, no seu conforto. A atenção familiar e os cuidados paliativos pela atenção primária têm a proposta de propiciar isso aos indivíduos”, admitiu Valeria Lino.

O curso está sendo lançado em um cenário de cortes na saúde do município do Rio de Janeiro. Na opinião da médica do Centro de Saúde, o momento não é de retroceder, mas de fortalecer as equipes para melhoria da saúde da população. “Quem vai à casa do doente é a equipe da saúde da família. Eles têm condições de abordar os pacientes com doenças crônicas avançadas, sem possibilidade de cura, e que são aquelas passiveis de serem cuidadas por cuidados paliativos. Por isso, tendência é iniciar esse modelo de cuidado da forma mais precoce possível. A OMS e o Ministério da Saúde recomendaram que a APS garanta esse modelo, portanto, reduzir as equipes do município é um grande retrocesso, torcemos para que isso não se concretize”.

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