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24/02/2016

Fiocruz Paraná lidera força-tarefa contra o Aedes na região

Renata Fontoura (Fiocruz Paraná)


“O Paraná tem potencial para se tornar um exemplo no enfrentamento das doenças causadas pelo Aedes aegypti”. Com esta frase, o diretor do Instituto Carlos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná) deu as boas-vindas aos participantes de um encontro, realizado no último dia 22 de fevereiro na sede do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná), que consolidou uma força-tarefa entre as esferas municipal, estadual e federal. Estiveram presentes representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, da Secretaria de Estado de Saúde do Paraná, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, da Maternidade Vitor Ferreira do Amaral e do Exército. Durante o evento, foram firmadas as parcerias e identificados os principais gargalos que precisam ser sanados para garantir o êxito da iniciativa.

Estado do Paraná já destinou cerca de R$40 milhões em recursos emergenciais aos municípios para ações de enfrentamento à epidemia (Foto: Itamar Crispim / Fiocruz Paraná)
 

“A Fiocruz Paraná contempla um dos laboratórios sentinelas do Ministério da Saúde para zika vírus e, pela nossa expertise na área e infraestrutura, somos responsáveis pelo desenvolvimento do teste de diagnóstico sorológico, fundamental para confirmar a infecção pelo vírus após os cinco dias de aparecimento dos sintomas e agilizar o processo, hoje realizado por meio de técnica molecular”, explicou Samuel Goldenberg. “Nesse sentido, um dos principais desafios que enfrentamos é a falta de um painel de soro com amostras clínicas que atendam a demanda da pesquisa. Com a cooperação do Hospital das Clínicas, do Laboratório Centrai do Estado (Lacen) e da Maternidade Vitor Ferreira do Amaral, que acompanha as gestantes, será possível sanar este problema”, ressaltou o diretor do Instituto Carlos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná). O representante da Secretaria de Estado de Saúde do Paraná, Sezifredo Paz, garantiu a articulação para o envio de amostras. “Temos muito interesse nessa parceria e podemos auxiliar com as amostras de pacientes, por meio do Lacen e do vetor por meio dos nossos oito centros de entomologia”, resumiu Paz. O Exército também terá uma atuação importante ao ceder, para as a análise do ICC, o material coletado no trabalho de campo realizado em vários municípios paranaenses.

Outro gargalo importante, reforçado por todas as instituições, é a falta de recursos para dar continuidade às ações. “Infelizmente, a emergência do zika vírus chegou ao país em momento de crise financeira e política e precisamos de recursos”, reforçou Samuel. Para o desenvolvimento do teste sorológico para vírus zika, há um déficit de investimento para aquisição de insumos e reagentes, além da capacitação de pessoal e a necessidade da disponibilidade de soros de pacientes. Com esse aporte, a previsão é de que em alguns meses o teste esteja pronto.

Segundo Sezifredo Paz, o estado do Paraná já destinou cerca de R$40 milhões em recursos emergenciais aos municípios para ações de enfrentamento à epidemia. “A Fiocruz possui uma expertise importante e o trabalho em parceria com o Lacen ajuda muito, mas podemos fazer mais se tivermos mais recursos”, disse o representante da Secretaria de Estado de Saúde do Paraná.

A reunião contou com uma apresentação da Fiocruz para reforçar a atuação como referência em pesquisa biomédica na região sul do país. “Nosso laboratório foi o primeiro a identificar o zika vírus em amostras humanas brasileiras e temos boas perspectivas quanto ao desenvolvimento do teste sorológico que está em andamento. Há mais de um ano, trabalhamos diretamente com o Ministério da Saúde nessa área e percebemos que, no Paraná, há um grande comprometimento de diferentes órgãos. Precisamos tomar vantagem dessa característica e nos unir para dar respostas rápidas à população”, declarou a chefe do laboratório de Virologia Molecular do ICC e vice-diretora de Pesquisa e Serviço de Referência, Cláudia Nunes Duarte dos Santos.

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