Agência Fiocruz de Notícias

De 7 a 19 de dezembro, será realizada, em Montreal (no Canadá), a 15ª Conferência das Partes (COP15) da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CDB), conhecida como Cúpula da Biodiversidade. Os pesquisadores Manuela da Silva, Márcia Chame, Marcelo Pelajo e Guilherme Franco Netto representarão a Fiocruz na delegação brasileira. Marcia Chame é coordenadora da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre; Manuela da Silva e Marcelo Pelajo são assessores da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB); e Guilherme Franco Netto é coordenador do Programa de Saúde, Ambiente e Sustentabilidade da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS).

Os pesquisadores contribuíram com subsídios que servirão de base para compor um documento geral do governo brasileiro para a COP15 sobre temas como as sequências digitais de recursos genéticos (DSI, sigla em inglês); Protocolo de Nagoia; e biodiversidade e mudanças climáticas. Durante a COP15, os pesquisadores também poderão colaborar no debate sobre as decisões internacionais que envolvem a utilização de recursos naturais para fins de pesquisa e desenvolvimento tecnológico e na área da saúde. 

A COP 15 ocorre logo após a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) realizada em novembro, no Egito. As duas agendas estão interligadas e esperar-se de ambas um acordo em defesa da natureza, pois não é de hoje que cientistas e pesquisadores têm advertido sobre a perda da natureza a um ritmo sem precedentes, com grandes impactos para o bem-estar humano, e o risco de extinção de espécies. 

A Convenção sobre Diversidade Biológica está em vigor desde 1993, quando foi acordada por 156 líderes governamentais durante a Rio+20. Seus objetivos principais são a conservação da diversidade biológica, o uso sustentável dos componentes da diversidade biológica e a repartição justa e equitativa dos benefícios decorrentes da utilização dos recursos genéticos.

A primeira Conferência das Partes aconteceu em 1994, nas Bahamas. Desde então, suas reuniões ordinárias seguem o formato deliberativo e são realizadas a cada dois anos. 

A Fiocruz participa da agenda global para conservação da biodiversidade desde 1992 e tem impulsionado a aproximação da agenda da biodiversidade à da saúde. A instituição vem se destacando por sua atuação junto à CDB no tema das interligações entre biodiversidade e saúde. A COP 12, por exemplo, reconheceu a contribuição da instituição no desenvolvimento de ações que podem unir as estratégias de preservação do meio ambiente e promoção do bem-estar da população.

O eixo saúde e ambiente também foi reforçado no seu 9º Congresso Interno da Fiocruz, instância máxima de representação da instituição. A Fundação reconhece as interconexões entre a saúde humana, animal e de ecossistemas e o planeta–ambiente, biodiversidade e clima.