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05/07/2018

Fiocruz recebe credenciamento de primeiro biobanco

Gabriella Ponte (Bio-Manguinhos/Fiocruz)


A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi comunicada (8/6) do credenciamento de seu primeiro biobanco cuja curadoria é do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). O protocolo de desenvolvimento do biobanco foi aprovado em reunião extraordinária da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) de 23 a 25 de maio, em Brasília.

Atualmente, existem 42 biobancos credenciados no Brasil e o de Bio-Manguinhos/Fiocruz é o sexto no estado do Rio de Janeiro. Os demais biobancos credenciados no Rio são: Banco Nacional de Tumores e DNA do Instituto Nacional de Câncer (Inca); Biobanco de Material Biológico Humano da Universidade do Grande Rio (Unigranrio); Biobanco de Dentes Humanos da Faculdade de Odontologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); Biobanco do Grupo COI: Armazenamento de Amostras Biológicas dos pacientes onco-hematológicos do Grupo COI; e Biobanco do Rio de Janeiro (BBRJ).  

Esta é uma importante conquista, pois oficializa o primeiro biobanco da Rede Fiocruz de Biobancos (RFBB), que objetiva estabelecer e manter biobancos estruturados em rede, para dar suporte a projetos de pesquisa que sejam de benefício e de interesse da saúde pública em âmbito nacional, levando em consideração a política de CT&I da Fiocruz, além de facilitar e permitir o acesso do maior número possível de pesquisadores aos biobancos participantes da RFBB.

Em 2014, foram criados grupos de trabalho, incluindo profissionais de Bio-Manguinhos/Fiocruz e, em seguida, instituída a Portaria 744/2015-PR, com o propósito de criar a RFBB, vinculada à Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz). O vice-presidente Rodrigo Correa de Oliveira enaltece a importância de um biobanco dentro da Fundação dando suporte nas pesquisas clínicas que envolvem coleta e armazenamento de amostras biológicas humanas junto às instâncias éticas como a Conep. Outras unidades, como o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Instituto Rene Rachou (Fiocruz Minas), a Fiocruz Rondônia e o Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia), também estão trabalhando no processo de desenvolvimento de seus biobancos. 

“Estamos provendo à comunidade científica acesso a amostras biológicas humanas de qualidade, bem como de seus dados associados, atendendo às necessidades atuais e principalmente futuras da pesquisa no Brasil, com uma visão inovadora e em conformidade com os preceitos éticos e regulatórios vigentes. Para a Fiocruz, ter uma rede de biobancos em um sistema estruturado significa colocar a instituição em posição estratégica no contexto nacional e internacional”, afirmou o vice-presidente.

Segundo o diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Maurício Zuma, os investimentos em infraestrutura terão resultados. “A experiência adquirida pelo Instituto com a construção desta plataforma, associada à política de qualidade de Bio-Manguinhos, possibilitou e acelerou o processo do credenciamento. Para armazenar amostras em um único ambiente, Bio-Manguinhos adquiriu equipamentos e elaborou novos procedimentos. O biobanco nos dará suporte para o desenvolvimento de novos produtos a serem oferecidos para a sociedade”, detalhou.

A grande vantagem do biobanco é que ele permite a guarda das amostras por tempo indeterminado, desde que autorizado pelo participante de pesquisa, por meio de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e, quando aplicável, do Termo de Assentimento (Tale) pelo seu responsável, específicos do biobanco. Em estudos clínicos que duram muitos anos, como por exemplo o de imunidade de longo prazo para doses fracionadas da vacina de febre amarela, é importante que haja um biobanco capaz de armazenar as amostras dos voluntários ao longo do tempo.

O que é um biobanco?

De acordo a Resolução CNS Nº 441, de 12 de maio de 2011, que estabelece diretrizes para o armazenamento e utilização de material biológico humano com finalidade de pesquisa, um biobanco consiste em uma coleção organizada dessas amostras e suas informações associadas, coletado e armazenado para fins de pesquisa, conforme regulamento ou normas técnicas, éticas e operacionais pré-definidas, sob responsabilidade e gerenciamento institucional, sem fins comerciais. Trata-se de uma área controlada (acesso de pessoas, temperatura, automação, etc) que conta com uma equipe administrativa e técnica.

No biobanco de Bio-Manguinhos, a capacidade inicial será de 50 mil alíquotas de sangue total, soro e plasma. Este material ficará armazenado em um ultrafreezer -86°C. Há ainda outro equipamento para backup. “Essas amostras serão oriundas de projetos de pesquisa clínica ou outros projetos de Bio-Manguinhos. No entanto, o objetivo é a longo prazo, expandir a área física e, consequentemente, nossa capacidade”, adiantou a coordenadora da Asclin, Maria de Lourdes de Sousa Maia.

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