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Retrospectiva 2018

O ano de 2018 foi de grandes conquistas para a ciência e a saúde pública brasileiras. Para lembrar esses momentos, pelo sexto ano seguido a Agência Fiocruz de Notícias (AFN) reúne em uma área especial as reportagens mais importantes do ano passado, que abordam projetos e iniciativas da Fiocruz. São 50 matérias selecionadas entre as centenas de notícias das unidades da Fiocruz em todo o Brasil: na sequência ao lado, estão as Dez Mais de 2018; abaixo, estão reunidas mais 40 reportagens relevantes, publicadas de janeiro a dezembro na AFN. Relembre também as retrospectivas dos outros cinco anos anteriores. Confira ainda o especial da AFN sobre os 100 anos do Castelo Mourisco da Fiocruz

Em janeiro, a 14ª reunião do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (Gecis), do Ministério da Saúde, anunciou a aprovação de 25 novas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) de medicamentos essenciais para o SUS. No mesmo mês, o Governo de São Paulo autorizou o repasse de R$ 12 milhões do Fundo Estadual Científico e Tecnológico à Fiocruz, visando à implantação da primeira fase do projeto de desenvolvimento e produção de dispositivos para o diagnóstico molecular de zika, dengue e chikungunya, incluindo a diferenciação entre os quatro sorotipos do vírus da dengue. Também na área de arboviroses, a Fundação lançou um curso sobre chikungunya em inglês e espanhol. Aberto e gratuito, o curso está disponível na plataforma do Campus Virtual de Saúde Pública da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

No mês de fevereiro, um estudo da Fiocruz Amazonas fez um alerta: mudanças climáticas, destruição de ecossistemas, desmatamento e urbanização contribuem para o aumento de várias doenças infecciosas, como dengue, febre amarela, malária, tripanossomíases, leishmaniose e leptospirose. A revista The Lancet Global Health publicou um artigo, assinado por um pesquisador da Fiocruz Bahia, entre outros cientistas, que lançou a hipótese de que a infecção do vírus zika, transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, pode gerar imunoproteção contra o vírus da dengue. A AFN também destacou a iniciativa internacional que propõe uma estratégia absolutamente diversa da que tem sido adotada ao combate dos riscos virais. O Centro de Desenvolvimento de Tecnologias em Saúde (CDTS/Fiocruz) faz parte de projeto que busca pandemias globais.

Em março foram divulgados os resultados de uma pesquisa desenvolvida pela Fiocruz Paraná que abriram novas perspectivas para o tratamento de câncer, em especial da Leucemia Linfóide Aguda (LLA). A Fiocruz e outras instituições deram início a uma atuação conjunta visando fortalecer a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação, em Minas Gerais e no país, no enfrentamento da febre amarela. Ainda no campo das parcerias, uma reunião da diretora-geral da Opas, Carissa Etienne, com a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, reafirmou a colaboração estratégica entre as duas instituições e abordou a instalação de uma Comissão de Saúde para discutir as lacunas de Alma Ata. Outro destaque foi que o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) passou a oferecer novo medicamento contra tuberculose. Neste mês, a Fiocruz ainda lançou uma pós-graduação para o Complexo Industrial da Saúde

Um dos destaques de abril foi a capacitação, pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), de profissionais de saúde de 14 estados no diagnóstico de sarampo. Outro foi o acordo assinado entre o Governo de Minas Gerais e a Fiocruz que prevê uma cooperação técnico-científica para promover projetos de pesquisa e ensino, o desenvolvimento tecnológico e produtivo em diversas áreas da saúde. No mesmo mês, a AFN divulgou uma inovação em diagnóstico molecular idealizada pelo IOC/Fiocruz e desenvolvida em parceria com a Universidade de Bonn que permite diferenciar, com precisão e mais agilidade, se a origem do caso foi uma transmissão comum ou um evento adverso após a vacinação. A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) e a Fiocruz assinaram um acordo de cooperação internacional voltado ao cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Uma das primeiras notícias de maio foi uma descoberta que surpreendeu até especialistas: pesquisadores do IOC/Fiocruz e da UFRJ identificaram, de forma inédita, que molhos prontos para salada – comumente utilizados em refeições – estavam sendo deteriorados por uma espécie de bactéria que costuma estar presente no solo. Outro estudo, conduzido por pesquisadores da Fiocruz Minas, mostrou que mosquitos Aedes aegypti que carregam a bactéria Wolbachia têm a capacidade reduzida de transmitir o arbovírus Mayaro. Da Bahia veio outra boa notícia: pesquisadores da Fiocruz na unidade sediada no estado avaliaram positivamente o teste rápido que oferece diagnóstico de leptospirose em 20 minutos, em artigo publicado na revista científica PLOS Neglected Tropical Diseases. Uma pesquisa da Fundação Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado em parceria com a Fiocruz Minas mostrou que o Aedes aegypti pode ser infectado simultaneamente por vírus da zika e da dengue. Ainda em maio, a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) deu início às obras para a preservação do sítio arqueológico do antigo Complexo de Incineração de Lixo Urbano da cidade do Rio de Janeiro, construído no final do século 19.

Junho começou com a premiação da pesquisadora Patricia Brasil, que foi a vencedora do Prêmio Científico Christophe Mérieux 2018, oferecido pela Fondation Christophe et Rodolphe Mérieux e pelo Institut de France. A Fiocruz lançou uma campanha para combater a tuberculose nos presídios, com ações de educação em saúde. E um artigo apontou o crescimento de 465% no uso de opiáceos no Brasil. Pesquisadores do IOC/Fiocruz apostaram em uma tecnologia baseada em análises químicas por raios infravermelhos que é capaz de agilizar em até 18 vezes e de baratear em até 116 vezes o monitoramento da presença do zika em mosquitos Aedes aegypti. E para combater a influenza, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) produziu mais de 8 milhões de cápsulas do antiviral Oseltamivir 75 mg, o mais eficiente contra a enfermidade.

O mês de julho marcou o início das atividades do Polo Industrial e Tecnológico da Saúde do Ceará, com a inauguração da sede cearense da Fiocruz. O espaço abrirá caminhos para que o Ceará se torne referência em pesquisa e desenvolvimento tecnológico e industrial na área da saúde.

Em agosto, a Fiocruz novamente capacitou profissionais de saúde no manejo clínico e na vigilância do sarampo. No mesmo mês, um estudo pioneiro com uma coorte de pessoas vivendo com HIV mostrou que as manifestações clínicas e laboratoriais da infecção por zika nessa população são similares às observadas em indivíduos com a mesma doença, mas com sorologia negativa para HIV. A Fiocruz Pernambuco lançou um aplicativo que aponta onde estão sendo aplicados os recursos da saúde nos municípios. E outro estudo inédito mostrou que a redução de bebidas açucaradas e cereais refinados pode modificar a atuação de receptores de hormônios que produzem a sensação de saciedade. Ainda em agosto, o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) foi um dos dois vencedores na categoria Setor Público do Prêmio Viva Voluntário 2018.

O maior destaque de setembro foi a descoberta de que a dengue, transmitida pelo mesmo vetor e velha conhecida dos brasileiros, pode aumentar em 50% as chances de a criança nascer com problemas neurológicos.

Em outubro, o Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, de acesso livre e gratuito e integrado por instituições de ensino e pesquisa de todo o Brasil, uma estratégica única em nível nacional, completou um ano com 7 mil usuários ativos mensalmente. Também em outubro, pesquisadores do IFF/Fiocruz publicaram artigo no periódico internacional Plos One com resultados inéditos que confirmaram a presença de alterações que interferem no funcionamento normal da bexiga em bebês filhos de gestantes infectadas pelo vírus zika durante a gravidez.

Novembro foi o mês de comemorar o centenário do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e de celebrar a parceria entre o Governo de Pernambuco e a Fiocruz com o objetivo de fortalecer o uso da inovação na área da saúde e do desenvolvimento social no estado. Ainda em novembro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Fiocruz discutiram a candidatura do Castelo Mourisco, símbolo da Fundação, a Patrimônio Cultural Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). E a Fiocruz assinou um memorando de entendimento para parcerias com a Swissnex Brazil, agência da Secretaria para Educação, Pesquisa e Inovação do governo suíço.

No último mês de 2018 (dezembro), a Fiocruz organizou um seminário sobre febre amarela e chikungunya em parceria com o Conselho dos Secretários Municipais de Saúde, a Associação dos Prefeitos e Municípios do Rio de Janeiro e a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. E um estudo identificou uma variante de rotavírus nas Américas.

Texto: Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)

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