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11/10/2017

Hábito da leitura estimula o desenvolvimento da criança

Juliana Xavier (IFF/Fiocruz)


O dia 12 de outubro tem um significado muito importante para as crianças pois, além de ser o tão aguardado Dia das Crianças, é também o Dia Nacional da Leitura. O objetivo desta data é incentivar a prática da leitura entre jovens e adultos. Ao reservarem quinze minutinhos para ler com as crianças, os pais, além de lhes oferecerem mais cuidado, atenção e carinho, estarão contribuindo para fomentar o hábito da leitura, o que gera grandes benefícios no desenvolvimento da criança, tais como:  a formação do senso crítico, o estímulo à criatividade, à imaginação e vocabulário dos pequenos.

Pesquisas mostram que crianças que leem e tem contato com a leitura, desde cedo são beneficiadas em diversos sentidos: elas aprendem com mais facilidade, pronunciam melhor as palavras e se comunicam melhor de uma forma geral. “A leitura transporta a criança a momentos de magia, trocas, curiosidade, prazer e espontaneidade, proporcionando viagens ao mundo da fantasia e imaginação. Permite o desenvolvimento   de diferentes percepções, estimula a criatividade e organização do pensamento, aumenta e enriquece o vocabulário e dá noção de início meio e fim”, esclarece a coordenadora do Núcleo de Apoio a Projetos Educacionais e Culturais (Napec) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Magdalena Oliveira.

A criança que tem contato com a leitura desde bebê se torna mais preparada para ler e também para a vida. “O hábito de leitura é transmitido à criança pelo adulto, principalmente pelo pai, mãe e demais familiares. É importante ler histórias e falar sobre livros para a criança, isto servirá como uma motivação extra. É fundamental que a criança, o quanto antes, seja posta em contato com o livro para manuseá-lo, olhar gravuras, ouvir histórias e recontá-las a seu modo”, salientou Magdalena Oliveira, que lembra que para obter qualquer conhecimento na escola é preciso saber interpretar. “Como o hábito da leitura aprimora a habilidade de comunicação e interpretação, a criança acaba tendo maior facilidade ao aprender os conteúdos em sala de aula. Por essas e outras é que não terá dificuldade para se adaptar quando a escola começar a exigir mais no que se refere à leitura de textos e livros”.

Não se pode esquecer que a leitura também é uma forma de entretenimento para os pequenos. Nos dias de hoje é muito comum ver crianças brincando com videogames, computadores, aplicativos on-line e demais tecnologias, mas os livros também possuem instrumentos de distração. “Na prática, quando a criança se acostuma com a leitura, consegue sentir prazer ao conhecer novas histórias, de forma que esse hábito se torna uma forma de entretenimento extremamente eficiente, além de gerar novos conhecimentos acerca do mundo, das pessoas e até de nós mesmos. Amplia as referências do leitor, modulando sua maneira de pensar e agir, além de aprimorar seu raciocínio. Para as crianças, sobretudo, é uma ótima forma de desenvolver suas habilidades de compreensão para que consigam opinar, criticar e ter maior enriquecimento cultural, intelectual e social”, enfatizou a coordenadora do Napec.

Além de todos esses benefícios, a leitura consegue desenvolver afeto nas crianças a partir das histórias. Por este motivo é que os livros são tidos como instrumentos relevantes para liberar a emoção. Lendo as narrativas, as crianças podem sentir medo, excitação e compaixão, bem como, vários outros sentimentos importantes para seu desenvolvimento. Magdalena enfatiza que quanto mais tarde o hábito de leitura for implementado, menos eficientemente os benefícios descritos acima serão incorporados. “A verdade é que nunca é cedo demais para incentivar a imaginação das crianças. Ter ‘um espaço de livros’ em casa, visitar bibliotecas e livrarias, deixar a criança escolher o livro do seu agrado, conversar com ela sobre um livro que esteja lendo, deixa-la opinar, interpretar e até imaginar outro final para a história, são atitudes que incentivam a leitura”.

A leitura para crianças no IFF

O Instituto Fernandes Figueira possui, desde 2001, um projeto chamado Biblioteca Viva em Hospitais, que foi criado com o intuito de humanizar o atendimento às crianças e suas famílias, bem como, promover a reconstituição de um espaço de vitalidade, de preservação e de desenvolvimento da saúde psíquica das crianças. A intenção é propiciar momentos de lazer, interação e espontaneidade e aliviar a tensão natural causada pelas difíceis circunstâncias que envolvem um internamento, através da mediação da leitura.
O projeto atende desde bebês internados na UTI-neonatal e berçário, até adolescentes internados nas enfermarias, visando reduzir o impacto desse período de permanência, tornando o ambiente mais acolhedor e menos inóspito. “Ao invés do ruído constante das máquinas, há uma voz humana, com um livro na mão, estabelecendo com o bebê um diálogo em que o som aparece tal qual um oásis, uma troca de energia entre mediador e bebê”, finaliza Maria Magdalena.

Clique aqui para saber mais sobre o Napec e o Projeto Biblioteca Viva.

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