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16/05/2016

IFF/Fiocruz celebra 92 anos homenageando seus colaboradores

Suely Amarante (IFF/Fiocruz)


Ao longo dos seus 92 anos de existência, o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) cresceu e incorporou à sua missão a tarefa de articular ações de pesquisa, ensino, atenção integral à saúde, cooperação técnica nacional e internacional e desenvolvimento de tecnologias como subsídio para a formulação de políticas de âmbito nacional. Por isso, há muitos motivos para celebrar. Na última semana, o IFF/Fiocruz comemorou mais de nove décadas. Na oportunidade, homenageou os seus colaboradores que ultrapassam as lentes da ciência e empregam em suas rotinas diárias um elemento que sustenta a instituição: o amor pelo que fazem.

O evento reuniu apresentações de música protagonizadas por voluntários do Núcleo de Apoio a Projetos Educacionais e Culturais do IFF (Napec) e uma palestra ministrada pela vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Nísia Trindade.  Além do diretor do Instituto, Carlos Maciel, a cerimônia também contou com a presença do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, do diretor do Centro de Estudos Olinto de Oliveira (CEOO), Antônio Flávio Meirelles, e da presidente da Associação dos Servidores da Fiocruz (Asfoc), Justa Helena.

Entusiasmada, Justa Helena saudou a Instituição pela passagem do seu aniversário. “Hoje é um dia especial. Estamos completando 92 anos de um serviço de excelência prestado à população,” enfatizou. Na sequência, Antônio Flávio destacou o comprometimento e o engajamento dos profissionais na construção dessa trajetória. “Aqui, o trabalho é realizado com muita energia e dedicação, essa sinergia é capaz de transformar o impossível em possível. Isso nos orgulha. É preciso que essa comemoração seja um marco na história da Fiocruz e da saúde pública, pois somos referência e exemplo no cuidado materno-infantil”. Gadelha atribuiu esse legado ao planejamento e empoderamento de uma liderança. “A organização dessa Instituição é resultado de uma missão pautada no profissionalismo de uma equipe e na condução de um líder. O resultado dessa união é a qualidade de uma assistência séria e comprometida com a saúde pública brasileira”, finalizou.

A comemoração também foi palco de emoções. A trajetória de crescimento profissional trilhada pelo servidor Carlos Maciel foi, carinhosamente, lembrada por colegas de trabalho que fizeram parte desta história. Emocionado, Maciel, que entrou no IFF/Fiocruz como estudante e  hoje ocupa o cargo de diretor, agradeceu aos colaboradores. “Vocês sustentam os pilares desta instituição. Se hoje nós estamos reunidos aqui para celebrar mais um aniversário é graças à dedicação de cada um de vocês. Uma dedicação que vai além dos quesitos técnicos aprendidos nas disciplinas acadêmicas das salas de aula. O amor às vidas que cuidamos nos fazem superar as adversidades e dificuldades diárias. Aqui, nos reinventamos a cada dia, viramos eternos aprendizes”, destacou.

Como parte das comemorações, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, celebrou o momento com a entrega de uma placa de homenagem ao diretor do IFF/Fiocruz, Carlos Maciel, e o parabenizou pelo caminho percorrido.

“A vida só é possível reinventada”

Com os versos da poeta Cecília Meireles (1901-1964), a vice-presidente Nísia Trindade iniciou a sua apresentação. “Esse belo poema nos faz refletir a respeito de uma capacidade de superação. Esse momento é vivido diariamente por todos nós que trabalhamos na linha de frente de um instituto como o Fernandes Figueira”. Na oportunidade, Nísia fez uma breve apresentação sobre a história do IFF/Fiocruz e o seu impacto na assistência à saúde pública. Ela relembrou a trajetória e a capacidade de superação do Instituto: apesar das dificuldades enfrentadas, o IFF/Fiocruz passou e ultrapassou momentos difíceis e se reinventa a cada dia, a cada ano, a cada encontro.

Citado por Nísia, o livro de Maria Martha Luna Freire, “Mulheres, mães e médicos: discurso maternalista no Brasil”, mostra as contradições produzidas por essa relação nas primeiras décadas do século 20. Na época, não se via (e em muitos casos ainda não se vê) a diferença entre “ser mãe” e “praticar a maternagem”, porque o fato de ser mulher estava diretamente associado ao poder maternar. E quando o país começou a se modernizar, os movimentos higienistas e feministas começaram a se esbarrar. Médicos e mães negociavam e ao mesmo tempo incorporavam demandas mútuas: eles condenando as práticas mais tradicionais de maternagem e exigindo que elas aceitassem suas recomendações especialistas, e elas reivindicando o direito à educação e à inserção na academia para cumprirem ainda melhor sua função materna. Foi assim que a medicina começou, gradualmente, a receber mulheres em suas cadeiras. E foi assim que as revistas femininas da época passaram a publicar artigos de médicos especialistas, “ensinando” as mães como deveriam se dedicar à maternagem.

Sob essa ótica, Nísia fez uma reflexão sobre as dificuldades que as mulheres ainda enfrentam e as conquistas que têm obtido em busca de oportunidades de igualdade, como ocupação no mercado de trabalho, mais acesso à educação, melhorias na saúde e participação política, entre outros. Durante muitos anos, as ações dedicadas à mulher na área de saúde estavam restritas ao viés materno-infantil. A ruptura desse modelo surgiu na década de 80 e, desde então, as ações passaram a contemplar a mulher como um todo, sem restrição. “É importante pensarmos nesses avanços como um braço do processo de reinvenção na saúde da mulher, da criança e do adolescente”, finalizou Nísia.  

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