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15/08/2019

IFF/Fiocruz celebra a Semana Mundial de Aleitamento Materno

Everton Lima (IFF/Fiocruz)


O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) comemorou a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) no dia 5 de agosto. Em celebração ao Agosto Dourado, campanha que incentiva e valoriza ações de apoio à amamentação, o evento reuniu profissionais de saúde para tratar o tema Empoderando mães e pais para fortalecer a amamentação. Iniciando a mesa de abertura, a pediatra e coordenadora do Grupo Técnico Interinstitucional de Aleitamento Materno do Estado do Rio de Janeiro (GTIAM/SES/RJ), Maria da Conceição Salomão, falou da responsabilidade do IFF/Fiocruz em relação a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. “Muitas vezes as mulheres estão sem nenhum apoio, por isso precisamos empoderar toda a sociedade para que a rede esteja bem integrada. Assim, fortaleceremos esse momento tão bonito e especial que é a amamentação”, afirmou ela.

A seguir, o coordenador de Atenção à Saúde do IFF/Fiocruz, Antonio Albernaz, enfatizou a dimensão afetiva do cuidado da criança. “Nós, profissionais de saúde, devemos cuidar de quem está cuidando, ou seja, a cuidadora, a família e auxiliar na inserção social. Há muito o que fazer para ajudar no desenvolvimento do bebê, mas não podemos fazer cobranças à mãe e atrapalhar a amamentação”, disse ele.

Dando continuidade, o diretor do IFF/Fiocruz, Fábio Russomano, elogiou o trabalho do Comitê de Aleitamento Materno e do Banco de Leite Humano (BLH) do Instituto. “A amamentação não é só uma questão da mãe, todos nós temos uma parcela de responsabilidade. A história das políticas de amamentação no Brasil se confunde com a história do IFF/Fiocruz, então é mais um motivo de orgulho pelo trabalho realizado em prol da temática. Sigamos juntos nessa jornada!”, declarou ele. Para encerrar a mesa de abertura, a gerente do BLH do IFF/Fiocruz, Danielle Aparecida da Silva, completou. “O apoiar não precisa de muito, uma palavra de incentivo já muda toda uma situação para a mãe”, alegou ela. 

Na sequência, a enfermeira e professora do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Patrícia Lima conduziu a Conferência Magna e pontuou que a sobrevivência do outro depende também da ação política das pessoas. “É necessário entender que o aleitamento é um direito humano”, destacou ela. Patrícia informou que, de acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), apenas 40% de todos os bebês com menos de seis meses são amamentados exclusivamente. “Ainda é muito pouco. Segundo o artigo Amamentação no século 21: epidemiologia, mecanismos, e efeitos ao longo da vida, são mais de 823 mil mortes de crianças e 20 mil óbitos maternos a cada ano em todo o mundo, por isso é necessária uma ação organizada para atingir a meta da Assembleia Mundial da Saúde (AMS) de pelo menos 50% de amamentação exclusiva durante os seis meses até 2025. É muita gente que pode ser salva com essa prática humana”, analisou ela.

Referente à amamentação, a enfermeira listou como condições injustas ou desiguais na sociedade, exemplos como o desemprego, falta de apoio para amamentar, falta de suporte familiar, desinformação, condições sociais precárias e condições demográficas. “Precisamos incorporar que esses fatores dificultam e essas injustiças devem ser corrigidas, para assim caminharmos para uma sociedade mais justa”, comentou ela. Devido ao reflexo na amamentação e na vida da mulher, Patrícia esclareceu que é essencial o investimento em várias políticas públicas, como para proteção social a mães e pais, proteção no trabalho e proteção à estudante que amamenta. “De acordo com a Unicef, Políticas de Licença Maternidade Remunerada podem ajudar a reduzir a mortalidade infantil em 13% para cada mês adicional de licença. Nenhum direito é dado, é conquista o tempo todo”, contou ela.

A enfermeira ressaltou que a amamentação requer uma abordagem inclusiva. “Precisamos de uma cadeia calorosa de apoio, pois a amamentação é um esforço de equipe que envolve a família, a comunidade, o local de trabalho, o patrão, a escola, etc. A sociedade deve entender que essa prática precisa ser protegida”, alegou ela, que também abordou a importância da incorporação do pai desde o pré-natal. “Não podemos excluir o parceiro nas consultas e em toda a dinâmica, a presença dele é fundamental. Quando o pai se envolve a amamentação faz toda a diferença e os resultados são melhores, por isso precisamos dar voz e empoderar também os homens”, completou.

Como iniciativas para ampliar a conscientização, Patrícia orientou a criação de uma cadeia de apoio ao aleitamento materno, ligando grupos de apoio comunitários e provedores de cuidados de saúde, divulgação da importância de locais no trabalho favoráveis ao aleitamento materno e colaboração com pesquisadores para coletar evidências sobre o impacto da maternidade e da proteção de mães e pais sobre a amamentação e disseminá-la. Para finalizar, a enfermeira convidou todos para participarem do 15º Encontro Nacional de Aleitamento Materno (15º Enam), que será realizado, de 11 a 15 de novembro, no Rio de Janeiro. O Encontro, que terá o ato público conhecido como Mil Mães Amamentando, abordará A amamentação como um direito humano a ser protegido

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