07/08/2020
Produzido pela Fiocruz, o Boletim InfoGripe indica possível nova fase de queda leve no número de novos casos semanais de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país, após a retomada do crescimento observado em junho. Esta nova edição apresenta também estimativas das macrorregiões de saúde de cada estado, além das estimativas de casos recentes para o país, grandes regiões e capitais. Entre as ocorrências com resultado positivo para os vírus respiratórios, 96,7% dos casos e 99,1% dos óbitos se deram em decorrência do novo coronavirus.
Referente à Semana Epidemiológica 31 (de 26 de julho a 1 de agosto), o estudo tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-gripe) até 3 de agosto. Segundo à análise das unidades da Federação que apresentavam sinal de possível retomada do crescimento após período de queda no boletim anterior, o Maranhão mostra sinal de estabilização, embora a capital São Luís mantenha possível retomada do crescimento. No Amapá, Ceará e Rio de Janeiro mantém-se a possível retomada do crescimento, assim com suas capitais.
É importante ressaltar que, apesar de sinal de leve queda, os valores semanais de casos e de óbitos (que também continuam em nível acima do muito alto) no país ainda encontram-se em um valor muito acima do nível de casos considerado muito alto. “Todas as regiões do apresentam ocorrência de casos muito alta e na zona de risco”, afirma o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Situação na Federação
Em relação às unidades da Federação que apresentavam manutenção do sinal de crescimento ou platô, observou-se possível início de queda no Tocantins, Sergipe, Paraná e Santa Catarina. “Nesses estados, as capitais Palmas e Florianópolis ainda apresentam sinal de estabilização, enquanto Aracaju e Curitiba apresentam sinal de queda”, avalia o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.
Na Bahia, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, embora também observa-se sinal de possível início de queda, este sinal é ainda considerado fraco. Nas respectivas capitais, Salvador, Campo Grande e Belo Horizonte apresentam queda, enquanto Porto Alegre mostra estabilização. Brasília ainda apresenta sinal de crescimento.
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“Em São Paulo, embora o sinal seja de possível redução em relação às semanas anteriores, o perfil ainda é compatível com a oscilação que vem sendo observada desde maio. Já a capital paulista apresenta tendência de queda após período de oscilação em novo platô abaixo do pico observado em maio”, observa Marcelo Gomes.
Quanto às unidades da Federação que apresentavam sinal de possível retomada do crescimento após período de queda, o Maranhão mostra sinal de estabilização, embora a capital São Luís mantenha possível retomada do crescimento. Segundo a análise, no Pará, embora se mantenha com sinal de possível estabilização, Belém mostra retomada do crescimento. O Tocantins mantém sinal de queda, enquanto sua capital apresenta oscilação que pode indicar sinal de estabilização. Nas demais unidades não foram observadas alterações em relação às tendências anteriores.
A divulgação das análises para macrorregiões de saúde permite avaliar tanto o processo de interiorização como possíveis diferenças dentro de um mesmo estado. Por exemplo, para o Estado do Rio de Janeiro nota-se que a possível retomada do crescimento aparenta ser reflexo dos casos na macrorregião II, que inclui a capital. Nas demais o sinal é de queda (macrorregião I) ou estabilização (macrorregião III).
Em contrapartida, em Pernambuco, na Macrorregião Metropolitana o sinal é de queda, enquanto nas demais três macrorregiões a tendência ainda é de crescimento, sem ter atingido ainda um pico em nenhuma dessas regiões. Finalmente, no Estado de São Paulo há uma variabilidade enorme, observando macrorregiões dando os primeiros sinais de início de queda, outras mantendo sinal de queda por várias semanas consecutivas, a macrorregião associada à capital com sinal de possível estabilização ainda em valores muito elevados e outras com sinais de retomada do crescimento. Estas análises reforçam a importância de ações coordenadas entre municípios que compõem a mesma macrorregião, assim como deixa claro que há realidades muito distintas dentro de um mesmo estado.