24/08/2022
Agência Fiocruz de Notícias (AFN)
Divulgado nesta quarta-feira (24/8), o novo Boletim InfoGripe Fiocruz aponta para sinal de queda de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e crescimento na de curto prazo (últimas três semanas). A curva nacional segue indicando entrada em um patamar similar ao de abril de 2022 - o mais baixo desde o início da epidemia de Covid-19 no Brasil. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 33, período de 14 a 20 de agosto, o estudo tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 22 de agosto.
Apesar do cenário positivo, o Boletim destaca o aumento recente na faixa etária de 0 a 11 anos, em especial no grupo de 5 a 11 anos, em diversos estados do Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Embora ainda preliminares, os números mostram que, em alguns estados das regiões centro-oeste e sul, observa-se o predomínio de resultados positivos para rinovírus.
Caso se confirme, isso apontaria para a retomada de vírus respiratórios usuais - potencialmente em função do retorno às aulas após o período de férias escolares. “Embora sejam vírus de menor preocupação em comparação ao Sars-CoV-2 (Covid-19), tal cenário reforça a importância de cuidados mínimos, como boa ventilação das salas de aula e respeito ao isolamento das crianças com sintomas de infecção respiratória para tratamento adequado e preservação da saúde da família escolar”, comentou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Os dados referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária seguem apontando para o amplo predomínio do vírus Sars-CoV-2, especialmente na população adulta. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 2,1%para influenza A; 0,2% para influenza B; 5,6% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 74,6% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 0,5% para influenza A; 0,5% para influenza B,; 0,2% para VSR; e 96,3% para Sars-CoV-2.
Impacto da vacinação
O estudo destaca, ainda, que dados de incidência de SRAG por Covid-19 por status vacinal seguem apontando para a proteção oferecida pelas vacinas. “Na população a partir de 60 anos, o risco de desenvolver SRAG em não vacinados é pelo menos duas vezes maior do que o risco de quem tem ao menos uma dose de reforço. Para os demais, um quadro similar é observado quando se compara com quem tem duas doses”, explicou Gomes.
Estados e capitais
Das 27 unidades federativas, apenas Acre e Roraima apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 33. Dos demais estados e o Distrito Federal, três apresentam estabilidade (DF, Espírito Santo e Paraná), com os demais apresentando indícios de queda na tendência de longo prazo até o mesmo período.
Observa-se que quatro das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 33: Boa Vista (RR), Rio Branco (AC), São Luís (MA) e Vitória (ES), embora na maioria compatível com cenário de oscilação. Nas demais, dados apontam para queda ou estabilidade.