16/07/2021
O Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta sexta-feira (16/7), reafirma a manutenção do quadro de predomínio de queda ou estabilização do número de casos e óbitos de Sindrome Respiratório Aguda (SRAG) no país. Apenas o Amazonas e o Amapá apresentam sinal de crescimento, além das capitais Macapá, Manaus, Porto Alegre e Vitória. No entanto, sete capitais mostram indícios de estabilização, indicando interrupção da tendência de queda ou manutenção de platô − Plano Piloto de Brasília e arredores, Florianópolis, João Pessoa, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro e Teresina. Cerca de 98% dos casos de SRAG são referentes à Covid-19.
A redução também foi observada no número de locais em situação de transmissão comunitária extremamente alta, mas os dados ainda são preocupantes. O quadro atual aponta quem das 27 capitais, 5 integram macrorregiões de saúde com nível alto de transmissão comunitária (Belém, Boa Vista, Cuiabá, Palmas e Vitória), 12 com nível muito alto (Aracaju, Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís) e 10 com nível extremamente alto (Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Macapá, Maceió, Porto Alegre, São Paulo e Teresina).
O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, alerta que essa situação manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos, com tendência de agravamento nas próximas semanas caso não haja nova mobilização por parte das autoridades e população locais. O estudo é referente à semana epidemiológica 27, que compreende o período de 4 a 10 de julho.
Gomes ressalta que é fundamental manter os cuidados individuais e coletivos. “Mesmo com essa redução ainda temos a imensa maioria do território em situação gravíssima. Todos os estados apresentam macrorregiões em nível alto ou superior, sendo que 12 estados e o Distrito Federal apresentam macrorregiões em nível extremamente elevado. Isso evidencia a necessidade de manutenção de medidas de mitigação da transmissão”, alerta.
A análise ressalta a recomendação da cautela em relação à medidas de flexibilização das recomendações de distanciamento para redução da transmissão da Covid-19, enquanto a tendência de queda não tiver sido mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos. Além disso, Gomes destaca a necessidade de reavaliar as flexibilizações já implementadas nos estados com sinal de retomada do crescimento ou estabilização ainda em patamares elevados.