A partir da edição desta semana, o Boletim InfoGripe passa a apresentar a probabilidade da curva de novos casos estar em fase de crescimento, estabilidade ou queda, trazendo uma análise de tendência nas últimas três semanas (curto prazo) e e seis semanas (longo prazo). As ocorrências de crescimento ou queda estão subdivididas em duas categorias: possibilidade alta (acima de 95%) ou moderada (acima de 75%). Para facilidade de leitura, os mapas apresentados no boletim indicam a tendência das capitais e macrorregiões de saúde dos estados brasileiros. A metodologia utilizada está descrita em nota técnica produzida pela equipe, acesse aqui.
“O indicador de longo prazo permite avaliação de tendência, suavizando o efeito de eventuais oscilações entre semanas consecutivas. Algo natural em dados de notificação. Já o indicador de curto prazo permite identificar, de forma oportuna, possíveis alterações no comportamento de longo prazo, mas que necessitam interpretação cautelosa à luz de eventuais oscilações”, explicou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
O novo boletim mostra que, embora os casos Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) continuem altos, a maioria dos estados apresenta tendência de estabilidade ou queda em suas macrorregiões de saúde e capitais. A análise é referente à Semana epidemiológica 33, período de 9 a 15 de agosto e tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 16 de agosto. Entre as ocorrências com resultado positivo para os vírus respiratórios, 96,7% dos casos e 99,1% dos óbitos são em decorrência do novo coronavírus.
Marcelo Gomes ressalta que o município do Rio de Janeiro manteve o sinal de estabilidade após um leve aumento registrado em semanas anteriores. Ele alerta que esse cenário sugere cautela para a implementação e novas medidas de flexibilização, já que há várias semanas os sinais apontam que a cidade não se encontra mais em fase de queda.
Casos de SRAG/Covid-19 no país
Em nível semanal, o cenário atual sugere que a situação de cada indicador se encontra nos seguintes níveis. O total de 370.136 casos já reportados no ano, sendo 195.067 (52,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 107.105 (28,9%) negativos, e ao menos 42.943 (11,6%) aguardando resultado laboratorial. Levando em conta a oportunidade de digitação, estima-se que já ocorreram 407.294 casos de SRAG, podendo variar entre 395.927 e 423.330 até o término da semana 33.
Entre os positivos, 0,6% Influenza A, 0,3% Influenza B, 0,5% vírus sincicial respiratório (VSR), e 97,2% Sars-CoV-2 (Covid-19). Considerando a presença de febre nos registros, conforme definição internacional de SRAG, o total de casos notificados foi de 265.565, com estimativa de 286.268 [279.386 – 295.667]. Para fins de comparação, o total de registros em todo o ano de 2019 e 2016 foram de 39.429 e 39,871 casos, respectivamente. Durante o surto de Influenza H1N1 em 2009, foram 90.465 casos notificados com o mesmo critério em todo o ano.
O total de registros de hospitalizações ou óbitos no Sivep-gripe, independente de sintomas, é de 574.789 casos, com estimativa atual de 642.740 [622.498 – 672.788]. Durante o surto de Influenza H1N1 em 2009, foram 202.529 casos notificados com os mesmos critérios. Os casos notificados de SRAG, independentemente de presença de febre, apresentam manutenção da tendência de queda. No entanto, continuam na zona de risco, com ocorrência de casos semanais muito alta (acima do limiar de atividade muito alta) em todas as regiões do país.
“Os casos notificados de SRAG, independentemente de presença de febre, apresentam manutenção da tendência de queda. No entanto, continuam na zona de risco, com ocorrência de casos semanais muito alta, acima do limiar de atividade muito alta, em todas as regiões do país“, ressaltou Marcelo Gomes.
Óbitos por SRAG/Covid 19
O total de registros de óbitos no Sivep-gripe, independentemente de sintomas, é de 151.890, com estimativa atual de 162.526 [159.148 – 167.623]. O total de óbitos no país de Casos se SRG, sem presença de febre, continuam na zona de risco com ocorrência de casos muita alta, Foram reportados este ano 92.281 casos, sendo 63.794 (69,1%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 20.651 (22,4%) negativos, e ao menos 2.959 (3,2%) aguardando resultado. Levando em conta a oportunidade de digitação, estima-se que já ocorreram 97.205 óbitos de SRAG, podendo variar entre 95.548 e 99.482 até o término da semana 33.
Entre os positivos, 0,2% Influenza A, 0,1% Influenza B, 0,1% vírus sincicial respiratório (VSR), e 99,2% Sars-CoV-2 (Covid-19). Considerando a presença de febre nos registros, conforme definição internacional de SRAG, o total de casos notificados foi de 65.754, com estimativa de 68.563 [67.615 – 69.968]. Para fins de comparação, o total de registros no em todo o ano de 2019 e 2016 foram de 3.811 e 4.785 óbitos, respectivamente.
“Os dados de óbitos tem sofrido alto impacto por conta da oportunidade de digitação, afetando significativamente as análises para semanas recentes, em particular a qualidade do modelo de estimativa de casos recentes. Para análise de tendência, portanto, recomendamos focar nas curvas de casos de SRAG que tem menor impacto”, informou o pesquisador.
Quanto às unidades da federação, apresentam tendência de curto e longo prazo com sinal de queda ou estabilização, com exceção dos estados do Tocantins (Norte), Piauí (Nordeste), Minas Gerais (Sudeste), Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste), e Paraná (Sul), que contam pelo menos com uma macrorregião com tendência de curto e/ou longo prazo com sinal de crescimento.
Esse é o caso do Piauí (macrorregião Semiárido) com tendência de longo prazo ainda com sinal significativo de crescimento (maior que 95%.); Tocantins (macrorregião Norte), com tendência de longo prazo ainda com sinal significativo de crescimento (maior que 75%); Minas Gerais, macrorregião Leste do Sul com sinais moderado (maior que 75%) e significativo (maior de 95%) de crescimento no curto e longo prazo, respectivamente; macrorregião Jequitinhonha com sinal significativo (maior 95%) de crescimento no longo prazo; Mato Grosso do Sul, macrorregião Três Lagoas, com sinal moderado (maior que 75%) de crescimento no longo prazo; Paraná, macrorregião Oeste com tendência de longo e curto prazo com sinal moderado de crescimento (maior que 75%); macrorregião Noroeste com sinal moderado de crescimento no longo prazo (maior que 75%).
Atualizada em 23/8/2020.