Agência Fiocruz de Notícias

Entidade sem fins lucrativos criada pela Fiocruz e pelo Governo do Paraná, o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) iniciou a doação ao Ministério da Saúde (MS) de testes de detecção molecular da febre amarela. A iniciativa é fruto de uma cooperação entre o IBMP (centro tecnológico que desenvolve e disponibiliza soluções tecnológicas para saúde) com o MS. Vários laboratórios públicos do país estão recebendo os kits com responsabilidade de distribuição pela Secretaria de Vigilância Sanitária do MS.

O kit diagnóstico foi desenvolvido pelo IBMP em sete meses. A tecnologia detecta o RNA (ácido ribonucleico, na sigla em inglês) do vírus. “Com nossa expertise na área, foi possível desenvolver um kit com níveis de especificidade e sensibilidade potencialmente superiores ao dos testes sorológicos disponibilizados no mercado atualmente”, explica o diretor do IBMP, Pedro Barbosa. “A entrega ao Ministério da Saúde acontece desde janeiro e inicialmente garantirá a cobertura de cerca de 5 mil testes/pacientes. Mas o IBMP tem capacidade para uma maior produção, caso seja demandado”, complementa.

Os treinamentos para utilização do teste já foram ministrados pelo IBMP junto as equipes dos Laboratórios Centrais (Lacens) e Laboratórios de Referência, designados pelo Ministério. De acordo com o coordenador-geral da Coordenação Geral de Laboratórios (CGLAB), André Luiz de Abreu, “o kit de febre amarela, desenvolvido sob demanda do Ministério da Saúde, em parceria com a Fiocruz e o IBMP, demonstra a capacidade para o desenvolvimento e produção nacionais de soluções de diagnóstico in-vitro destinados a atender as demandas de saúde pública”.

O uso dos testes nos Lacens ainda se dá no formato para pesquisa, isto é, ainda não são registrados na Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) e, portanto, não comerciais. No entanto, os testes já são comprovadamente efetivos para o diagnóstico da febre amarela. No momento, o IBMP está ultimando as providências para o registro na Anvisa. Com o registro, o fornecimento regular ao Ministério da Saúde deve ocorrer por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz).

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