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07/01/2016

Livro lança novo olhar sobre a tríade desenvolvimento, ambiente e saúde

Alessandra Eckstein (Editora Fiocruz)


Uma discussão sobre os desafios do saneamento no mundo atual foi o ponto de partida de Saneamento: promoção da saúde, qualidade de vida e sustentabilidade ambiental. O livro da Editora Fiocruz é resultado do trabalho de quatro profissionais atuantes nas áreas de engenharia sanitária e saúde ambiental: Cezarina Maria Nobre Souza, André Monteiro Costa, Luiz Roberto Santos Moraes e Carlos Machado de Freitas.

A declaração da Assembleia Geral da ONU de 2010 denuncia grave violação de um direito humano fundamental: grande parte da população do mundo vive em condições precárias de acesso a bens e serviços essenciais. Esse quadro poderia ser minimizado e até evitado se fosse possível oferecer saneamento básico a todos.

Os autores propõem um novo olhar sobre a tríade ‘desenvolvimento, ambiente e saúde’. O objetivo é formular diferentes estratégias para garantir o acesso mais amplo ao saneamento. Fatores como o modo de vida da população, as condições socioeconômicas e a cultura servem de base na busca por soluções capazes de combinar tecnologia e gestão sociocultural.

O saneamento surgiu, na era moderna, como serviço público, em meados do século XIX, em resposta às grandes epidemias de cólera. A concepção hegemônica de saneamento era e continua a ser baseada na prevenção, com o objetivo de evitar doenças. Mas os autores alertam que é preciso avançar mais nesse conceito. “O modelo de gestão deve ser adequado à tecnologia utilizada e às características socioculturais da população. Não é mais aceitável, como tem sido corrente, a imposição de soluções que, por não considerarem a coerência com a cultura e as condições de habitabilidade das pessoas, geram ônus de manutenção para as mais pobres.”, destacam os autores no texto de apresentação do livro.

Entre os principais desafios analisados pelos autores, destacam-se reduzir e eliminar a dívida social da universalização do acesso ao saneamento, em um processo que seja acompanhado de mudanças qualitativas e norteado pelos princípios de sustentabilidade e promoção da saúde.

No Brasil, é possível reconhecer diversas etapas na gestão dos serviços públicos de saneamento básico. Os autores destacam o advento do Plansab, criado em 2013 e que começou a ser implementado em 2014. O plano estabelece um conjunto de objetivos e metas, programas, projetos e ações que deve ser cumprido até 2033.

Sobre os autores

Cezarina Maria Nobre Souza é engenheira sanitarista, doutora em saúde pública, professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará.

André Monteiro Costa é engenheiro de minas e de saúde pública, doutor em saúde pública, pesquisador titular do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fundação Oswaldo Cruz.

Luiz Roberto Santos Moraes é engenheiro civil e sanitarista, PhD em saúde ambiental, professor titular em saneamento e participante especial da Universidade Federal da Bahia.

Carlos Machado de Freitas é graduado em história, doutor em saúde pública, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fundação Oswaldo Cruz.

Sobre a Coleção

Temas em Saúde traz para estudantes, profissionais e público em geral panoramas sobre conceitos e conteúdos fundamentais das áreas da saúde. Em linguagem acessível, a coleção combina informação atualizada com reflexões baseadas em recentes produções científicas apresentadas por especialistas sintonizados com o contexto sociopolítico de produção e aplicação do conhecimento em saúde.

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