Início do conteúdo

21/02/2008

Matriz

Paula Lourenço


Diante do levantamento desses dados, Eduarda Cesse construiu uma matriz de determinação social das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, no século 20, apontando o contexto histórico da determinação, que inclui o político, o econômico e o de espaço de ocupação, os níveis de macrodeterminações (macropolíticas e ações próprias do desenvolvimento do país), microdeterminações (políticas e ações específicas do campo da saúde) e de determinação individual e de grupos (forma como os indivíduos/grupos vivem em sociedade, seus hábitos e inserção na economia de sua região).


Ela constatou que, no país, houve a passagem de uma sociedade marcadamente patriarcal, fundamentada numa economia rural para uma sociedade marcadamente urbana e industrializada, não isenta de contradições e geradoras de desigualdades sociais. Paralelamente a essa transformação, houve avanços no campo da saúde, com a organização do setor e criação do Sistema Único de Saúde (SUS).


Contudo, a organização da política de saúde no país não vem ocorrendo de forma a contemplar a relevância crescente das DCNT na população brasileira, pois existe a carência de todo um sistema de vigilância e monitoramento para essas enfermidades e de uma política de prevenção para a maioria da população, que teve o modo de vida alterado, com a aquisição de novos hábitos.

Voltar ao topo Voltar