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18/09/2017

‘Memórias’ diferencia riscos de hepatite C entre gêneros

Lucas Rocha (IOC/Fiocruz)


Na edição de setembro da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, pesquisadores destacam os diferentes fatores de risco para a transmissão da hepatite C entre homens e mulheres – o conhecimento poderá levar a melhorias nas ações de vigilância. A publicação também traz uma pesquisa que apresenta novos conhecimentos sobre uma proteína associada à persistência da infecção por leishmaniose e, ainda, a possibilidade de emergência de uma bactéria resistente a antibiótico em áreas urbanas. Os artigos publicados na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz podem ser acessados gratuitamente online. 

Diferentes riscos de infecção por hepatite C entre homens e mulheres

Problema de saúde pública mundial, a infecção pelo vírus da hepatite C foi tema de um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), com a participação da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Foram aplicados questionários a cerca de 1.500 pessoas com suspeita da doença, das quais 1.180 tiveram o diagnóstico confirmado. Os resultados mostraram diferenças nos comportamentos de risco associados ao gênero. Nas mulheres infectadas, cirurgias, procedimentos estéticos e transfusões de sangue foram as formas de transmissão mais prevalentes. Entre os homens, o uso de inalantes e de drogas injetáveis e a transmissão sexual foram os aspectos mais relevantes. Segundo o estudo, a caracterização das diferenças entre as fontes de exposição ao vírus e dos fatores de risco pode levar a melhorias nas ações de vigilância, como a adoção de abordagens específicas para políticas de aconselhamento, que buscam prevenir o surgimento de novos casos. Acesse o estudo.

Proteína favorece infecção por leishmanioses

Estudo realizado por pesquisadores do Programa de Computação Científica da Fiocruz (PROCC/Fiocruz) e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificou características de uma proteína presente no protozoário Leishmania (Viannia) braziliensis que podem contribuir para a persistência da infecção. Para entender melhor como a proteína leishmanolisina contribui para a resistência do parasito frente às defesas do organismo, foi realizada uma análise genética associada ao desenvolvimento de modelos em 3D da proteína. Foram identificados três subgrupos, cujas diferenças afetam diretamente as propriedades e funcionalidades do microrganismo, o que pode representar uma importante evolução adaptativa. Leia o artigo.

Emergência de bactéria resistente ao antibiótico meticilina

Um dos principais fatores para o surgimento de infecções recorrentes em pacientes, a bactéria Staphylococcus aureus apresenta ainda mais riscos quando apresenta resistência ao antibiótico meticilina. Uma dessas formas resistentes é a linhagem do complexo clonal 398 (CC398), transmitida sobretudo a partir do contato com gado ou animais de fazenda. No entanto, pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, isolaram a bactéria em pacientes que não tiveram contato prévio com animais. O estudo foi realizado a partir da vigilância de S. aureus resistente à meticilina em crianças atendidas em creches e hospitais públicos de Niterói e do Rio de Janeiro. Os resultados sugerem a aproximação de uma linhagem de S. aureus tipicamente rural das áreas urbanas e a emergência de infecções não-associadas ao gado no Brasil. Confira o estudo.

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