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18/09/2017

Fiocruz Brasília lança relatório sobre suicídio e direitos humanos

Mariella de Oliveira-Costa (Fiocruz Brasília)


Falta de privacidade, restrição dos movimentos, julgamentos e procedimentos médicos desnecessários são alguns exemplos de violação de direitos das pessoas que chegam aos serviços de saúde depois de uma tentativa de suicídio. Em todo o país, está sendo realizada, neste mês, a campanha Setembro Amarelo que chama a atenção para o tema. No auditório da Fiocruz Brasília, nesta terça-feira (19/9), às 9h, será lançado o Relatório sobre Direitos Humanos dos Pacientes em Risco de Suicídio. A atividade será transmitida online

O estudo inédito no país apresenta as violações de direitos humanos das pessoas em risco de suicídio no Brasil. A pesquisa foi realizada com profissionais de saúde de urgências e emergência de Brasília, Salvador, Porto Alegre e Goiânia e os resultados discutem as políticas públicas sobre suicídio, a formação dos profissionais de saúde, bem como a importância de garantir os direitos dessas pessoas. O Núcleo de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (Fiocruz Brasília) participou da revisão e finalização do relatório, organizado pelo Observatório de Bioética e Direitos Humanos dos Pacientes, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Bioética da UnB.

O suicídio é uma questão relevante para a saúde pública na medida em que violações aos direitos humanos impactam no seu cuidado à saúde e pode incrementar o risco de nova tentativa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos suicídios poderiam ser evitados. Bárbara Vaz, do Núcleo de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (Fiocruz Brasília), comenta que, para garantir a segurança desses usuários do sistema de saúde, durante a internação, eles devem ser acompanhados de um familiar, com sua liberdade garantida e apoio de um profissional, sem nenhum instrumento cirúrgico de fácil acesso. 

Para Karine Cruz, que também trabalha com a temática na Fiocruz Brasília, o relatório é relevante para a saúde pública, em especial na época em que se vive uma superexposição da intimidade das pessoas nas redes sociais, e muitos casos de bulling e racismo, além de problemas culturais que podem desencadear o sofrimento psíquico e laços rompidos. Então, segundo ela, não é possível tentar tratar só a pessoa, mas é preciso acompanha-la e intervir em seu contexto social e familiar. 

Clique na imagem acima para ampliar e conferir a programação completa do lançamento. 

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