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05/11/2013

Inteligência do Futuro: Fiocruz e UnB lançam especialização

Nayane Taniguchi


Inovação, criatividade, descentralização e planejamento são algumas das características que norteiam o Curso de Especialização em Inteligência do Futuro: Prospectiva, Estratégia e Políticas Públicas, lançado na tarde desta segunda-feira (4/11) na Fiocruz Brasília. Resultado de mais uma parceria entre a Fiocruz e da Universidade de Brasília (UnB), por meio do n-Futuro – Núcleo de Futuro da instituição -, a capacitação, desenvolvida na modalidade semipresencial, possui 150 alunos de todas as regiões do país, em sua maioria servidores públicos, das esferas federal, estadual e municipal.

Nas falas, os representantes das duas instituições elogiaram a proposta do curso e ressaltaram a importância da parceira entre a Fiocruz e a UnB (foto: Nayane Taniguchi)

 

A aula inaugural foi ministrada pelo senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB/SC), presidente da Comissão Senado do Futuro. "Nas últimas décadas o conceito de gestão foi mudado. Administrar bem significava, há 30 anos, escolher bem as prioridades. Hoje este conceito é muito mais amplo e complexo, e significa escolher as oportunidades e saber se antecipar ao futuro", afirmou. “O ponto chave para a mudança do país é a descentralização. Centralização é sinônimo de autoritarismo”, resumiu o parlamentar ao falar sobre os desafios da administração pública e a importância da descentralização tanto na iniciativa pública quanto privada.

Silveira fez críticas ao modelo adotado pelo país, que descreveu como centralizador, no qual os debates se restringem à gestão, além de mencionar sobre como o processo se dá em outros ambientes. “Para se ter uma indústria de qualidade e uma universidade de qualidade é preciso descentralizar. Sem ela nós vamos continuar patinando”, exemplificou.

Lançamento

O curso foi lançado na presença do vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz, Pedro Barbosa, que representou o presidente da Fundação, Paulo Gadelha; do reitor da UnB, Ivan Camargo; do diretor da Fiocruz Brasília, Gerson Penna; do coordenador da Rede Brasileira de Prospectiva Estratégica e de Gestão e Integração Estratégica da Fiocruz Brasília, Wagner Martins; do diretor do Centro de Estudos Avançados da UnB (Ceam), Ricardo Caldas; e do coordenador do n-Futuro, Isaac Roitman.

Nas falas, os representantes das duas instituições elogiaram a proposta do curso e ressaltaram a importância da parceira entre a Fiocruz e a UnB. Os desafios da administração pública no Brasil também foram destacados pelos presentes. “A Fiocruz é uma instituição que há alguns anos adotou como política pensar no futuro. Entre algumas iniciativas, está a atuação na inclusão da saúde na pauta da Rio+20 [realizada em junho de 2012 no Rio de Janeiro]”, afirmou o diretor da Fiocruz Brasília, Gerson Penna, que acrescentou: “agradeço a UnB em reconhecer na Fiocruz uma parceria importante para estas ações”.

Pedro Barbosa afirmou que o curso aborda um tema atual, no qual a sociedade brasileira reivindica mudanças por parte das instituições, ao fazer referências às manifestações que tomaram as ruas do país desde junho deste ano. “Como as organizações se adequam a ânsia da sociedade brasileira e como elas se preparam para atender estas demandas é o desafio”, afirmou. “A Fiocruz vem há alguns anos cultivando o desafio de melhor se preparar para o futuro e tem se comprometido com esta questão”.

Ao fazer comentários sobre a apresentação de Silveira, o reitor da UnB, Ivan Camargo, falou sobre a realidade vivida pela comunidade acadêmica. “Ousadia é criar novos núcleos e fechar os que não funcionam, mas somos muito conservadores. Precisamos sacudir o nosso Ceam e um grande passo é este curso, que reúne vários professores com rico conteúdo, que abordam a bioética, estratégia e planejamento, ou seja, a cara da UnB”.

“O século XXI é um mundo interdisciplinar e transdisciplinar, e vocês compreendem isto, visto que se matricularam neste curso”, disse Ricardo Caldas ao público presente, em sua maioria estudantes da Especialização.

Ao falar sobre o curso, Isacc Roitman ressaltou algumas iniciativas do Núcleo de Futuro da UnB, aprovado em fevereiro deste ano, o esforço do corpo docente durante o processo e a parceira entre as duas instituições. “No Brasil, o que se vê são planejamentos de governo que dificultam o planejamento do Estado. O curso possibilitará a formação de recursos humanos que tem como meta aprender a planejar em longo prazo. Esta turma é composta por inúmeros doutores, que possuem grande experiência profissional, e de todo o Brasil”, disse, ao destacar o potencial da Especialização, resultado, segundo ele, dos parceiros e docentes envolvidos, e do corpo discente selecionado.

Wagner Martins detalhou o processo de elaboração do curso, e afirmou que a inovação norteou sua criação, de modo a romper barreiras. O formato do curso, semipresencial, e o envolvimento de várias instituições foram citados pelo coordenador como exemplos. “O curso é resultado do 1º Encontro de Prospectiva Estratégica, realizado em 2012, que previu duas ações: a constituição de uma rede de prospectiva e um curso de formação neste campo, que está sendo lançado hoje”. Entre as novidades, Martins ressaltou a inclusão da bioética entre as disciplinas: “A política pública é feita para a humanidade e a ética coloca a centralidade da política pública no ser humano”, explicou.

Números

Iniciada em novembro deste ano, a Especialização tem duração de 18 meses e possui 10 módulos. Ao todo, são 480 horas. Do total de 440 inscritos de todo o país no processo seletivo, 170 foram selecionados.

2° Encontro Brasileiro de Prospectiva

Entre 4 a 6/11, a Fiocruz Brasília sedia a segunda edição do Encontro Brasileiro de Prospectiva Estratégica. A abertura será realizada às 19h30 desta segunda (4), e contará com a presença do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Marcelo Nery, e do presidente do CNPq, Glaucius Oliva, além de Pedro Barbosa. 

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