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Novembro Negro

Pela primeira vez, o Dia de Zumbi e da Consciência Negra será feriado nacional. A data para a celebração, 20 de novembro, foi escolhida por ser o dia da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, comunidade de resistência de escravizados que se tornou símbolo da luta contra a escravidão e da busca por liberdade no Brasil Colonial. A celebração é um convite à reflexão sobre a situação da pessoa negra no país e da necessidade do combate diário ao racismo, além de ações concretas de promoção da igualdade racial e a inserção do maior grupo da população nos mais diversos setores da sociedade. 

Nesta quarta-feira (20/11), o Castelo Mourisco da Fiocruz estará iluminado nas cores da Unidade Africana, em alusão ao Dia da Consciência Negra (foto: Peter Ilicciev)

 

De acordo com dados do Censo Demográfico de 2022, 55,5% da população se autodeclaram pretas e pardas. Apesar de serem mais da metade da população brasileira e de terem papel fundamental no processo de crescimento do país e da construção da identidade nacional, os negros se tornam minoria quando o acesso a serviços e direitos é limitado ou desigual - quando comparados aos brancos -, seja na saúde, educação, moradia, saneamento básico ou no mercado de trabalho. As vulnerabilidades aumentam nos casos de pessoas negras com deficiência, LGBTQIA+, moradores em situação de rua e egressos do sistema prisional.

No Novembro Negro, a Agência Fiocruz de Notícias (AFN) disponibiliza um Especial sobre o tema, com uma variedade de matérias jornalísticas, pesquisas, vídeos, podcast e outros produtos e iniciativas que reafirmam o compromisso da Fiocruz com a equidade, os direitos humanos, a cidadania e o combate a todos os tipos de violência e discriminação; e o papel do jornalismo de disseminar informações verdadeiras e contribuir para o debate público e as transformações na sociedade. 

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra foi criada para garantir a equidade na atenção à saúde no SUS, reconhecendo que os negros enfrentam desigualdades de saúde devido a processos sociais, culturais e econômicos injustos. A falta de indicadores sociais e de formação dos profissionais da área são alguns dos pontos que reforçam o racismo institucional, assim como a invisibilidade das doenças prevalentes na população negra, caso da hipertensão arterial, diabete mielitus, doença renal crônica e a anemia falciforme, entre outras.

 

Neste especial, a AFN quer promover o debate sobre o assunto, analisar políticas, colocar o conhecimento gerado pela Fiocruz mais uma vez à disposição da sociedade e mostrar o que a Fundação tem feito: internamente, com adoção de ações afirmativas na educação e no concurso público e Política de Equidade étnico-racial e de gênero; e externamente, com pesquisas, criação de jogos, campanhas, eventos e debates. 

O Novembro Negro é um momento importante para exaltar a diversidade, um valor inegociável da identidade brasileira, e de participar da luta diária dos negros por garantia de direitos e igualdade. O especial visa ressaltar também a força e a resiliência da população negra, enfatizadas na música Sorriso Negro, sucesso na voz de Dona Ivone Lara, um clássico da música popular brasileira. É a resistência da população negra, enraizada na alegria e no orgulho de suas origens, mesmo em um contexto muitas vezes desfavorável, marcado por preconceitos e apagamento histórico. 

Texto: Leonardo Azevedo (Agência Fiocruz de Notícias)

Publicado em 19/11/2024.

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