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05/07/2018

Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina apoia agroecologia na Costa Verde

Vanessa Cancian (OTSS/Fiocruz)


“A agroecologia permite diariamente que as comunidades sejam beneficiada por uma boa alimentação, feita com consciência e amor”, pontua Ana Cláudia Martins, agricultora e agente do turismo de base comunitária (TBC) no quilombo do Campinho em Paraty (RJ). Ela foi uma das lideranças do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) que participou do 4º Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), realizado entre os dias 31 de maio a 3 de junho em Belo Horizonte. Com o tema Agroecologia e Democracia: unindo campo e cidade, comunidades tradicionais, técnicos, pesquisadores, coletivos de agroecologia e diversos movimentos sociais estiveram presentes em um evento que evidenciou a força da luta pela soberania alimentar e pela defesa de territórios saudáveis.

O Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS) contribuiu na articulação do evento junto a Fiocruz para que a delegação de Paraty, Angra dos Reis e Ubatuba estivesse em Belo Horizonte. Além das agricultoras e agricultores, integrantes e juventudes do jongo do quilombo do Campinho e do Bracuí também participaram.

“A Costa Verde participou montando instalações pedagógicas e anunciando os avanços e conquistas, além de denunciar os conflitos existentes que impactam na promoção de agroecologia do território”, destaca Fábio Reis, coordenador do Núcleo de Transição Tecnológica que integra a equipe do OTSS. Segundo ele, os representantes também participaram da feira de troca de sementes, momento em que ocorre a partilha da diversidade de sementes, mudas e conhecimentos. “Esses momentos ampliam a autonomia  e promovem a diversidade, fortalecendo e livrando os agricultores da lógica do mercado das sementes”, completa.

Resiliência na construção do Bem Viver

“Com a agroecologia vivenciamos um sistema de conexão com a natureza e para nós representa uma forma de luta para que possamos colher muitos bons frutos e manter a nossa terra fértil e viva”, conta Ana Claudia Martins. Segundo ela, essa prática alimenta as gerações e promovem a defesa do território.

“O 4º ENA foi realizado em um período em que a conjuntura política do país é complexa e os recursos para sua realização foram escassos. Toda a riqueza e a diversidade demonstram a capacidade de superação e de resiliência desse movimento”, destaca Fábio Reis. O encontro contou com múltiplas contribuições dos diferentes atores que têm a agroecologia em seu dia a dia como estratégia de promoção da vida. “Pudemos ter dimensão da força desses coletivos, que num momento de tanta adversidade, conseguiram realizar um encontro amplo, que mostra as articulações em cada território”, finaliza.

“O campo agroecológico no Brasil é uma referência mundial de organização, de movimento político. No Brasil, a agroecologia está muito consolidada enquanto ciência, prática e movimento político, além de ser um paradigma científico que se contrapõe ao agronegócio", afirma André Campos Búrigo, sanitarista da Escola Politécnica de Saúde (EPSJV/Fiocruz).

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