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24/01/2017

Pediatra da Fiocruz alerta para cuidado redobrado com as crianças no verão

Suely Amarante e Juliana Xavier (IFF/Fiocruz)


Em janeiro e fevereiro, os moradores de diversas localidades do país sofrem com o calor acima do normal, mesmo para o verão. No Rio de Janeiro, por exemplo, os medidores do Centro de Operações da prefeitura chegaram a registrar sensação térmica superior a 50° em alguns pontos do município. Fazer passeios ao ar livre, portanto, tornou-se programa quase obrigatório. Mas antes de aproveitar as atividades, alguns cuidados são necessários, principalmente com as crianças. A pediatra do Ambulatório de Pediatria do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Marlene Assumpção, fala sobre o tema.

Quais são os problemas de saúde mais comuns nessa época do ano?

Marlene Assumpção: Desidratação, intoxicação alimentar, insolação, micoses, otites, conjuntivites e, em bebês, brotoejas e queimaduras.

O que os pais podem fazer para proteger os filhos?

Marlene Assumpção: São várias as medidas. Por exemplo, frequentar locais arejados e com sombra, vesti-los com roupas leves, incentivá-los a lavar as mãos com frequência, separar objetos de uso pessoal, verificar as condições de higiene dos alimentos, especialmente se a refeição for realizada fora de casa, oferecer líquidos regularmente para mantê-los hidratados. Os menores de seis meses devem receber apenas o leite materno. Ao sinal de qualquer problema com a saúde da criança, o médico deverá ser procurado.

Há recomendações sobre a quantidade de banhos e troca de fraldas?

Marlene Assumpção: Os banhos são interessantes porque higienizam e relaxam os bebês. Dependendo da temperatura ambiente, podem ser dados dois ou até mais por dia. Mas o uso de sabonete, neutro, só está liberado no da manhã. Nos demais, somente água morna. Com relação às fraldas, não há mistério: basta trocá-las quando eles fizerem as necessidades.

E as mães lactantes, devem mudar a dieta no período?

Marlene Assumpção: As orientações são as mesmas o ano inteiro. Alimentação variada, com legumes, frutas, verduras, grãos e proteínas (frango, carne bovina, peixe e ovos), além de líquidos em abundância. Deve-se evitar comer mais de 100g de chocolate e bebidas com cafeína (café, refrigerante, mate). Álcool e cigarros são terminantemente proibidos.

Muitos têm dúvida quanto ao ar-condicionado. Existe alguma restrição ao uso?

Marlene Assumpção: Exceto na hora do banho, não. Mas são necessários alguns cuidados. O aparelho não pode ser instalado próximo ao berço, os filtros precisam ser limpos semanalmente e, para conforto dos bebês, a temperatura deve ficar em torno de 25 graus.

A partir de que momento as crianças estão liberadas para “sair de casa”?

Marlene Assumpção: O problema para eles não é sair, mas pegar infecções de outras pessoas. Dessa forma, os primeiros passos devem ser ao ar livre, longe de aglomerações, e na casa de indivíduos saudáveis. Quanto aos locais que não tenham essas características, embora não exista uma recomendação específica, é interessante esperar até o quarto mês, quando as vacinas já terão protegido os bebês de boa parte dos vírus e bactérias. Até lá, se precisar ir ao shopping, bancos ou supermercados, é melhor optar pelos horários de menor movimento. Caso alguém vá segurar a criança, peça para que lave as mãos.

Como deve ser o uso do protetor solar?

Marlene Assumpção: O uso do protetor é liberado a partir do sexto mês de vida. Recomendamos usar protetor próprio para criança, de fator 30 ou mais e repetir após duas ou três horas.

Existe alguma indicação quanto ao uso do repelente?

Marlene Assumpção: O uso do repelente também só é indicado a partir do sexto mês de vida e o que seja adequado para criança, chamado de kids.

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