Pesquisadores ilustres, artigos impactantes

Publicado em
Bel Levy
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Tendo a excelência e o pioneirismo como pilares desde a sua criação, em 1900, quando o sanitarista Oswaldo Cruz projetou a inserção do Brasil no cenário internacional de ciência e tecnologia ao criar a primeira escola de medicina experimental do país, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) acumula ao longo de sua trajetória a experiência secular de pesquisadores hoje reconhecidos como ícones da ciência brasileira. Tais personalidades e suas relevantes contribuições para o conhecimento científico escreveram importantes capítulos da história das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, contribuindo para o reconhecimento da revista pela comunidade científica internacional.


 Trrecho do artigo em que Carlos Chagas anunciou a descoberta da doença que levaria o seu nome

Trrecho do artigo em que Carlos Chagas anunciou a descoberta da doença que levaria o seu nome


Já no primeiro volume do periódico, publicado em 1909, um trabalho inédito sobre uma doença ainda desconhecida entrava para a história do Instituto e da ciência: no artigo intitulado Nova tripanozomiase humana, o pesquisador Carlos Chagas descrevia o ciclo da doença que levaria seu nome. “Quantas vezes leio e releio esse trabalho ao longo dos últimos 30 anos e a cada vez encontro mais ensinamentos no detalhe das observações, na precisão dos conceitos e da linguagem, no espírito de colaboração e de equipe – embora na época do individualismo – e nos aspectos de ética profissional e de reconhecimento ao diretor, aos mestres e companheiros de trabalho”, admira o tropicalista José Rodrigues Coura, referência internacional em medicina tropical, que assumiu a edição das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz nos períodos 1980-1985 e 2001-2006.


Data também do início do século 20 a publicação na revista da descrição do parasito Leishmania brasiliensis, agente etiológico causador da leishmaniose tegumentar, realizada pelo pesquisador Gaspar Vianna em 1911. Desde então, artigos científicos de excelência produzidos em todo o mundo integram o periódico. Entre eles estão estudos de alto impacto sobre o conhecimento científico desenvolvidos por pesquisadores do IOC, como o isolamento dos vírus do dengue e da Aids no Brasil, publicados respectivamente em 1986 e 1987.


O conteúdo das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz pode ser consultado gratuitamente aqui.


Da submissão à publicação


Para garantir a qualidade e a originalidade que caracterizam as Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, os mais de 350 artigos submetidos anualmente por pesquisadores de todo o mundo enfrentam um criterioso processo de avaliação, desempenhado em média ao longo de três meses por uma equipe editorial composta por especialistas de diferentes áreas das ciências biomédicas.


A primeira etapa da avaliação consiste em uma pré-análise, em que cinco editores associados executam uma triagem do material recebido para identificar os trabalhos passíveis de publicação. Os critérios deste exame são a originalidade do estudo, seu impacto sobre o conhecimento científico, a universalização da informação, que não deve ser de interesse somente local, e a adequação do tema ao perfil da revista, que compreende pesquisas básicas e aplicadas em bioquímica, imunologia, biologia molecular e celular, fisiologia, farmacologia e genética relativas aos campos da medicina tropical, parasitologia e microbiologia.


Ao fim desta etapa, o trabalho em análise pode ser devolvido ao autor – se não atender aos pré-requisitos para publicação – ou prosseguir na avaliação. Em caso de resposta positiva, o artigo segue para análise por pelo menos dois pares, isto é, por pesquisadores da mesma área e especialistas no tema do manuscrito. Nesta etapa, o artigo pode ser reprovado; aprovado condicionalmente e devolvido ao autor com o apontamento do que deve ser refeito; ou aprovado sem ressalvas, quando o trabalho é finalmente encaminhado para avaliação final do editor da revista, que dá o aval definitivo para a publicação.