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27/11/2013

Pesquisadores propõem mudanças no enfrentamento da esquistossomose

Lucas Rocha


A esquistossomose ainda faz muitas vítimas pelo país, principalmente nos locais em que o saneamento básico é precário. Atentos a essa realidade, pesquisadores e pós-graduandos da Fiocruz se reuniram em Sabará (MG) para debater o assunto. A reunião, que ocorreu pela 14ª vez, é uma atividade do Programa Integrado de Esquistossomose da Fiocruz (Pide), coordenado pela pesquisadora Tereza Favre, chefe do Laboratório de Ecoepidemiologia e Controle da Esquistossomose e Geohelmintoses do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O evento contou com a presença de cerca de 60 participantes, entre membros do Pide e do comitê externo, formado por Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS).

O clico da esquistossomose

 

Um dos principais tópicos abordados no encontro foi o Plano de Ação (2011-2015) do Ministério da Saúde (MS) para a eliminação da doença. De acordo com Tereza, “o encontro buscou estabelecer propostas que visam atender as necessidades do Ministério para que o Brasil consiga eliminar o agravo enquanto problema de saúde pública”. Um dos resultados da reunião foi a elaboração de um projeto de pesquisa multidisciplinar para avaliação de métodos diagnósticos, estratégias de prevenção e tratamento, além do controle e vigilância epidemiológica em áreas-piloto selecionadas.

Para um dos coordenadores regionais do programa e também pesquisador do Laboratório de Eco-Epidemiologia e Controle da Esquistossomose e Geohelmintoses, Otávio Sarmento Pieri, a eliminação da doença depende de ações integradas de diversos setores. “Mobilizar as comunidades atingidas, aumentar a cobertura de diagnóstico e tratamento no nível de atenção básica e proporcionar uma boa estrutura básica de saneamento são algumas ações necessárias para se alcançar o objetivo que tanto almejamos”, alertou. Otávio completou dizendo que trata-se de um trabalho em rede que visa ampliar conhecimentos e unir as competências da pesquisa com a administração pública para solucionar um problema de saúde específico.

A serviço da saúde da população

Durante a reunião, foi discutida a necessidade de se produzir uma fórmula pediátrica do medicamento Praziquantel, fabricado atualmente pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e usado no tratamento da doença em adultos e crianças. “A bula adverte que o uso em crianças com idade inferior a quatro anos só pode ser feito sob estrito controle médico, daí a necessidade de uma formulação adequada para a administração do medicamento em crianças pequenas no âmbito dos programas de controle”, afirmou Otávio.

A cooperação do Pide

Em seus 26 anos de existência, o Pide tem promovido a integração entre os grupos de pesquisa em esquistossomose das diferentes unidades da Fiocruz, bem como a interação permanente dos pesquisadores com os formuladores de políticas de saúde do Ministério da Saúde e os gestores dos serviços de vigilância e controle da esquistossomose no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). As pesquisas desenvolvidas no programa incluem desde aspectos de genômica, imunopatologia, bioquímica e biologia molecular até ecologia, epidemiologia e educação em saúde, buscando aperfeiçoar as ferramentas de diagnóstico, esquemas de tratamento, estratégias de controle e a formulação de políticas de saúde pública.

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