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16/10/2015

Proqualis publica relatório sobre indicadores de segurança

Isis Breves (Proqualis/Icict/Fiocruz)


O monitoramento da qualidade e segurança com base em indicadores é uma estratégia para garantir cuidados de saúde mais seguros. Foi lançado pelo Proqualis o relatório intitulado Desenvolvimento de indicadores de segurança para monitoramento do cuidado em hospitais brasileiros de pacientes agudos, uma publicação de autoria de Carla Gouvêa, colaboradora do programa e professora do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), sob coordenação de Claudia Travassos, coordenadora geral do Proqualis e pesquisadora do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (LIS/Icict/Fiocruz). A publicação é uma ferramenta estratégica que busca contribuir para a melhoria da segurança do paciente em hospitais de pacientes agudos do Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, instituições de saúde que oferecem atendimento a condições clínicas e cirúrgicas, incluindo traumas, de curta duração. 

“O monitoramento através de indicadores de segurança do paciente permite a avaliação do desempenho dos serviços de saúde e a programação de ações de melhoria. No Brasil, as iniciativas e as pesquisas nessa área ainda são insuficientes e não existe um conjunto de indicadores definidos e validados para monitorar a segurança do paciente internado”, explicou Carla. 

O relatório é produto de duas pesquisas. Uma delas é o estudo de doutorado da professora Carla. Neste trabalho, foi realizada, primeiramente, revisão sistemática da literatura sobre as experiências internacionais no desenvolvimento de indicadores de segurança do paciente para hospitais de pacientes agudos. Em seguida, os indicadores foram avaliados, selecionados e adaptados ao contexto nacional por especialistas brasileiros. Os indicadores de segurança do paciente desenvolvidos foram classificados nas seguintes áreas: uso de medicamentos; prevenção e controle da infecção; clínica geral; anestesia e cirurgia; ginecologia-obstetrícia e terapia intensiva de adultos. 
 
“A seleção e a adaptação foram realizadas através de técnicas de consenso, utilizando a internet como meio de comunicação, de modo a ampliar a possibilidade de participação de especialistas das várias regiões do país a um custo exequível. Assim, foi possível apresentar um conjunto de indicadores de segurança do paciente para hospitais brasileiros de pacientes agudos, avaliados e validados por especialistas de todo o Brasil”, afirmou Carla. 

Além de apresentar indicadores, o relatório também objetiva incentivar a cultura de avaliação e monitoramento da qualidade e segurança do paciente. “O desenvolvimento de um conjunto de indicadores de segurança do paciente é uma estratégia para possibilitar à gestão do SUS o monitoramento dos cuidados de saúde e para orientar o desenho de medidas para garantir que esses cuidados sejam prestados de forma segura. O Brasil é um país com realidades regionais diferenciadas e hospitais de variados perfis, tamanhos e capacidades operativas. Há a necessidade de se considerar esse contexto para implementação de sistemas de monitoramento efetivos, a fim de permitir comparações e troca de experiências. Assim, o processo de desenvolvimento de indicadores pode se beneficiar da análise de experiências internacionais, mas deve levar em consideração o contexto nacional, a variação cultural, da prática clínica e dos sistemas de informação disponíveis na nossa realidade”, finalizou Carla. 

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