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01/02/2021

'Radar Covid-19 Favelas' traz especial sobre a pandemia na Zona Oeste do Rio de Janeiro

Nathalia Mendonça (Cooperação Social da Fiocruz)


A sexta edição do Radar Covid-19 Favelas traz o especial Pandemia e Extrema Zona Oeste com uma série de textos sobre as mobilizações em andamento nos bairros mais pobres da Zona Oeste do Rio de Janeiro, entre eles, um relatório de impacto da pandemia de Covid-19 na região. As concessões de serviços da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) à iniciativa privada e a demanda da vacina contra Covid-19 para todos também são destaque. 

A seção Megafone destaca as denúncias de moradores que tiveram suas casas invadidas durante operação policial na favela do Santa Marta, na Zona Sul do Rio de Janeiro, noticiadas pelo Portal Favela. Também nessa seção, moradores de pelo menos 50 bairros do Rio de Janeiro relatam cheiro ruim e gosto estranho na água, entre eles, Piedade, Engenho de Dentro, Bangu, Senador Camará, Vila Valqueire e Sulacap. Após a “crise da geosmina”, em que foi comprovada a presença de esgoto doméstico e poluição industrial na água, os relatos descrevem o temor por uma nova crise hídrica do estado.

Ainda no Megafone: decisão do Supremo Tribunal Federal suspende novamente despejos e remoções durante a pandemia; Plano de Metas Favela Cidadã projeta ações para o desenvolvimento das favelas e territórios populares; Fiocruz recebe repasse de recursos financeiros para enfrentamento da pandemia nas favelas; Mobilização pelo direito das favelas à vacinação reivindica que a vacina seja gratuita e pública, distribuída através do Sistema Único de Saúde (SUS) e com acesso garantido para todas e todos; e, por fim, Justiça Federal condena União após a morte da vítima de disparo efetuado por agentes das Forças Armadas em confronto com criminosos no Complexo da Maré, em 15 de março de 2015. 

Em O que tá pegando nas favelas?, o depoimento de Vitória da Silva Cruz Guimarães, de 19 anos, abre o caderno denunciando o assassinato do pai durante uma operação policial na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, em 4 de janeiro desse ano. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Manguinhos, se encontra fechada desde 6 de janeiro, segundo texto da jornalista e moradora Renata Dutra. A unidade, que atende toda região de Manguinhos e adjacências, foi fechada sem aviso prévio e os pacientes foram transferidos. O texto Enchentes em Manguinhos, da mesma autora, traz detalhes sobre as condições de vida e resistência de moradores de Manguinhos durante as enchentes que invadiram as casas em 2 de janeiro deste ano. O morador da Rocinha Antônio Xaolim trata dos temporais que causaram uma das maiores enchentes e alagamentos na favela em 22 de setembro do ano passado e das suas consequências no texto intitulado Chuvas na Rocinha.

O espaço editorial Debates apresenta o texto Água não é mercadoria - Como a privatização pode impactar ainda mais as vidas nas favelas e periferias?, da geógrafa Rejany Ferreira, integrante do Observatório da Bacia Hidrográfica do Canal do Cunha e da Cooperação Social da Fiocruz. O segundo texto da seção é de autoria da Equipe Radar e aborda a defesa da vacina para todas e todos, destacando a importância do Sistema único de Saúde (SUS) para o enfrentamento da pandemia da Covid-19. 

Em Movimentos sociais o informativo repercute a iniciativa de organizações populares de criar o coletivo Água é Vida, não Mercadoria! para a reivindicação do acesso à água nas favelas e periferias da cidade do Rio de Janeiro. O documento, assinado por mais de 78 organizações, lista um conjunto de reivindicações e medidas emergenciais que devem ser tomadas, como a garantia de abastecimento de água contínuo e emergencial para favelas e bairros populares, e pode ser consultado na íntegra na página da Abrasco.

O Especial Pandemia e Extrema Zona Oeste encerra a sexta edição do informativo. Os textos Sejamos base - Ocupação Unidos Venceremos, Caravana Itinerante da Juventude contra o corona e Organização política popular e de solidariedade na Zona Oeste apresentam a atuação de coletivos populares, projetos e organizações que promovem engajamento comunitário na busca de soluções em saúde – que vão desde a provisão de alimentos a debates sobre políticas públicas e cursos profissionalizantes. 

O Dossiê da Zona Oeste: será que na Zona Sul isso seria normal? traz dados do painel da Prefeitura do Rio de Janeiro sobre mortes por Covid-19. Segundo o levantamento, sete dos dez bairros com mais óbitos na cidade estão localizados na Zona Oeste. O dossiê é de autoria de Lucas Almeida Melo, morador de Campo Grande, integrante do Coletivo Artístico Sustentável e Alternativo, professor no projeto Missão Arte Educação na Favela do Aço, Santa Cruz. A seção também anuncia o Relatório de impacto 2020: extremo oeste carioca que traz informações preliminares sobre os efeitos da Covid-19 na Área Programática da Saúde 5 (AP5) da cidade do Rio de Janeiro, identificada no relatório como “Zona Extremo Oeste”. O lançamento do material é previsto para o segundo semestre de 2021. O informativo encerra com uma nota de falecimento de Cleonir Alves, conhecida como Tia Gaúcha, fundadora do Comitê de Mulheres da Zona Oeste (Comzo) e fundadora da Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra), em virtude da Covid-19.

O Radar Covid-19 Favelas usa como base de coleta dos relatos as mídias sociais de coletivos de favelas cariocas, o contato direto com moradores, lideranças e movimentos sociais e busca sistematizar, analisar e disseminar informações sobre a situação de saúde nos territórios em foco em cada edição. Lideranças e comunicadores populares podem enviar sugestões de pauta, matérias e crônicas sobre a Covid-19 em seus territórios para o e-mail radar.covid19@fiocruz.br. O Radar Covid-19 Favelas e o Boletim Socioepidemiológico nas Favelas são iniciativas da Sala de Situação Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro e podem ser acessados na página do Observatório Covid-19 da Fiocruz

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