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18/10/2011

Restaurado, Palácio Itaboraí abre portas e sedia fórum da Fundação

Ricardo Valverde


Na última terça-feira (18/10), a Fiocruz deu um valioso presente à população em geral e, em particular, aos moradores de Petrópolis: depois de minuciosas e cuidadosas obras, financiadas pela Petrobras e pelo BNDES, foi concluída a restauração do Palácio Itaboraí, na cidade serrana. O prédio, que no passado foi residência de verão dos governadores do Estado do Rio de Janeiro, passa a ser a sede do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, um programa da Presidência da Fiocruz. O palácio abre as portas para o público na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (de 17 a 23/10), à qual estará integrado, com uma exposição sobre plantas (medicinais, nutricionais, aromáticas, ornamentais e tóxicas) encontradas no seu entorno, outra dedicada à Coleção Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a mostra Vida de inseto, do Museu da Vida, e ainda outra sobre coleta seletiva de lixo. O fórum, que contou com o apoio da Finep para ser implantado, passará a ter uma variada agenda de atividades que incluirá a edição, a cada dois meses dos Cadernos Itaboraí, uma publicação que reunirá os debates realizados no local, com acadêmicos e gestores da área da saúde. Com a inauguração, a Fiocruz recupera e renova a sua relação com Petrópolis, município que teve como prefeito o patrono da Fundação, Oswaldo Cruz.


 O italiano Antonio Jannuzzi construiu o palácio em 1892, em estilo eclético (Foto: Peter Ilicciev) 

 O italiano Antonio Jannuzzi construiu o palácio em 1892, em estilo eclético (Foto: Peter Ilicciev) 


De acordo com o diretor do Fórum Itaboraí, Felix Rosenberg, há quatro principais linhas de atuação para esse programa da Fiocruz. A primeira delas é que o fórum seja um centro de reflexão, um think tank em terras petropolitanas. “Vamos convocar representantes da academia, da política e da comunidade para discutir temas relacionados prioritariamente, como as maneiras de reduzir o impacto das desigualdades sociais e econômicas na saúde. Por exemplo, os desafios e dilemas da atenção básica em regiões em que faltam médicos, o acesso a medicamentos, a autonomia e a dependência tecnológica na saúde, a educação como transformadora social, a saúde e a diplomacia, entre outros”. Rosenberg diz que os encontros ocorrerão a cada dois meses e os debates vão gerar os Cadernos.


Outra vertente do Fórum Itaboraí será o espaço dedicado a exposições, com ênfase na interface entre a ciência e a cultura. Neste sentido, um dos carros-chefe será a trilha da biodiversidade vegetal na Mata Atlântica. O terceiro foco será a relação com a comunidade. O palácio terá salas dedicadas a cursos de inserção digital, além de videoteca e biblioteca virtual que poderão ser consultadas pela população. “Também queremos promover oficinas com o Conservatório Nacional de Música, cursos para restauradores, sessões de cinema e iniciação ao xadrez. O fórum já faz parte da Rede Saúde e Cultura, uma parceria entre a Fiocruz e o Ministério da Cultura”, pontua Rosenberg. O quarto eixo principal do fórum será o apoio a instâncias dirigentes da Fundação, como o Conselho Deliberativo da instituição. De acordo com Rosenberg, o palácio terá uma estrutura para a realização de eventos.


Antes mesmo de ocorrer, a abertura do Fórum Itaboraí já começa a gerar frutos para a Fundação. Rosenberg diz que a instalação da Fiocruz no município rendeu o convite para que a instituição integre o Comitê Gestor do Movimento Petrópolis-Tecnópolis, que reúne órgãos públicos e privados, a maioria da área de tecnologia de informação e cuja liderança está com o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia e sediado na cidade serrana.


O palácio e seus usos


Parte do atual terreno onde está o Palácio Itaboraí foi adquirido em 1891 pelo engenheiro italiano Antonio Jannuzzi, na esquina da Rua Elisa com Avenida Moura, atuais Ernesto Paixão e Visconde de Itaboraí. Jannuzzi, autor do projeto de várias construções originais da Avenida Central (atual Rio Branco, no Centro do Rio de Janeiro), construiu o palácio em 1892, em estilo eclético, para ser sua residência de verão. Esse uso durou pouco, pois Januzzi se desfez do palácio e, de 1894 a 1920, o Itaboraí sediou o Colégio Americano. Mais tarde foi instalada ali a primeira faculdade de direito do município de Petrópolis.


Os terrenos laterais do palácio, com as construções existentes, foram incorporados em 1938 e em 1944, pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, quando o prédio foi adquirido para ser utilizado como residência de verão dos governadores. Até 1998, funcionavam em suas dependências quatro órgãos estaduais: a Feema, a Coordenadoria da Região Serrana 2, o Centro de Estudos Supletivos de Petrópolis e a Fundação Leão XIII.


Visitas


O Palácio Itaboraí pode ser visitado de segunda-feira a sábado, das 9h às 17h. No caso de visitas em grupo, é necessário agendar previamente pelo telefone (24) 2231-3137.

Assista ao vídeo da entrevista com Felix Rosenberg e imagens do palácio.



Publicado em 14/10/2011.

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