01/03/2021
A maior pandemia dos últimos cem anos se espalhou rapidamente por todo o planeta, desafiando governos e colocando à prova sistemas de saúde bem diferentes entre si. O Brasil tinha um trunfo – a atenção básica –, construído ao longo de mais de três décadas até se capilarizar num país de dimensões continentais, virando exemplo a ser seguido por outras nações e carro-chefe do Sistema Único de Saúde (SUS) nos fóruns internacionais. A reportagem de capa desta edição da Revista Poli mostra cinco experiências exitosas de prefeituras que usaram a porta de entrada do SUS a seu favor durante a crise sanitária e aborda as implicações de isso não ter sido a regra até agora. Os especialistas ouvidos pela matéria discutem ainda o papel e as condições de trabalho dos trabalhadores técnicos desse nível de atenção.
Num momento em que o país alcançou o triste marco das 250 mil mortes por Covid-19 em meio a patamares de circulação semelhantes aos de antes das primeiras quarentenas do ano passado, a campanha nacional de vacinação aparece como a principal luz no fim do túnel da crise. Mas quando todos os países do mundo estão atrás dos mesmos insumos, as fragilidades do complexo econômico-industrial da saúde se revelam. Esse é o fio puxado por outra reportagem, que tenta entender os entraves à aceleração da imunização contra o Sars-CoV-2 no Brasil. Na seção Dicionário explicamos também o que é farmacovigilância, sua importância para o monitoramento da segurança de medicamentos e vacinas e como essa estrutura está organizada no Brasil, com dados sobre esse processo em relação à Covid-19.
Os 20 anos da Lei da Reforma Psiquiátrica, comemorados em abril, são o grande tema da entrevista desta edição e apsicóloga Gina Ferreira, idealizadora do programa De volta para Casa num município, inspirando depois sua versão nacional. na conversa, ela traz exemplos concretos de como era a vida nos manicômios brasileiros e como aconteceu a transição para o novo modelo. Falando em novidades, esta edição traz um panorama exclusivo sobre como anda a implementação do novo ensino médio. Pela lei, a reforma deveria ser implementada até 2022, mas o fechamento das escolas e a crise econômica agravada pela pandemia trazem dificuldades extras aos estados.
E a juventude também é o foco de outra reportagem, mas desta vez pelo abordagem do mercado de trabalho. A entrada nesse mundo nunca foi fácil no Brasil, mas de uns tempos para cá as vagas disponíveis estão mais precarizadas. Pesquisadores explicam o que está por trás do fenômeno.
A Revista Poli é uma publicação impressa editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). A versão online pode ser acessada pelo site.