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24/03/2020

Sala de Convidados do Canal Saúde debate chegada no novo coronavírus em favelas (26/3)

Canal Saúde


Falta de saneamento, custo dos produtos de higiene e impossibilidade de trabalhar de casa, seja pela falta de liberação dos empregadores ou pela informalidade do trabalho, são fatores que não permitem moradores de favelas acatarem orientações das autoridades quanto à higiene pessoal e ao isolamento social. São um grupo com pouco ou nenhum acesso aos métodos de prevenção para se proteger da contaminação pelo Sars-CoV-2, como passou a ser chamado o novo coronavírus. 

O último censo demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, registrou cerca de 11,4 milhões da população brasileira (6% da população) vivendo em “aglomerados subnormais”. A expressão utilizada no mapeamento do IBGE diz respeito à ocupação irregular de terrenos em áreas urbanas para habitação, com carência de serviços públicos essenciais e padrão urbanístico, e localização em áreas restritas. Foram identificadas pelo IBGE 6.329 favelas em todo o país, somando 323 dos 5.565 municípios do território nacional. 

De acordo com o resultado do Censo de 2010, Marituba, no Pará, é a cidade com maior número proporcional de favelas. Quase 80% da população mora em condições inadequadas. Em números absolutos, Rio de Janeiro e São Paulo são os municípios que concentram maior número dessa população e somam juntos cerca de 40% do contingente de favela do Brasil.  

No Rio de Janeiro, o avanço do Covid-19 em favelas começou. Nos últimos dias, a Secretaria Municipal de Saúde registrou casos confirmados em comunidades da Zona Oeste, Zona Norte e do Centro da capital. Casos suspeitos já haviam sido notificados no Complexo da Maré, conglomerado com 16 comunidades na Zona Norte. 

O médico, sanitarista e professor emérito da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Buss alerta ser “muito difícil encontrar a solução mágica. Teremos que encontrar diversas soluções que precisam ser construídas ouvindo as lideranças comunitárias.” Ele aponta que parte da solução depende da consciência de empresários e famílias que empregam moradores de favelas. Defende ainda que o Poder Público, entre outras ações, amplie programas sociais para que ausências no trabalho e gastos com produtos de higiene não ameacem a subsistência das famílias, e amplie também a oferta de transportes públicos, a fim de evitar a lotação desses meios dos quais dependem, principalmente, moradores de periferia e favelas.

A quarentena não é uma realidade para essa parcela expressiva da população. Vamos entender a gravidade da situação e as ações que estão sendo implementadas para enfrentá-la no Sala de Convidados, nesta quinta-feira (26/3), das 11h às 12h, no Canal Saúde. No estúdio, ao vivo, participarão o chefe de gabinete da presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Valcler Rangel; a pedagoga, mestre em Educação e integrante da Organização Não-Governamental Redes de Desenvolvimento da Maré, Shyrlei Rosendo; e o pesquisador e professor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e diretor de pesquisa da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Daniel Soranz. 

Saiba mais sobre o programa aqui.

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