11/04/2022
VideoSaúde Distribuidora (Icict/Fiocruz)
Três premiados e consagrados documentários passam a integrar o catálogo do Selo Fiocruz Vídeo no momento em que que a VideoSaúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) está prestes a completar 34 anos de atividades, agora em maio de 2022. A beleza do crepúsculo, fruto de um projeto de pesquisa realizado numa clínica da família no Rio de Janeiro, lança um olhar sobre o envelhecimento e dá voz plena a idosos. Em Simbiose, somos apresentados ao ofício de uma parteira pelas mãos de Dona Prazeres. Em Os melhores anos de nossas vidas, relançamento do Selo que volta ao catálogo depois de dez anos, temos um mergulho fundo e com sensibilidade nas comoventes histórias de moradores de uma colônia de hansenianos do interior de São Paulo.
Abaixo a sinopse das três produções que já podem ser encontradas no formato DVD na Editora Fiocruz, parceira do selo Fiocruz Vídeo na distribuição audiovisual desde 2007. Dois deles, Simbiose e A Beleza do Crepúsculo, chegam ao público com versões com acessibilidade – audiodescrição e Libras – e legendas em outras línguas.
Os filmes desfrutam de trajetórias consagradas. Os melhores anos, de Andrea Pasquini, foi premiado no É Tudo Verdade (2003), o principal festival de documentários brasileiros. Também foi selecionado e exibido com destaque na Mostra Latino-Americana de Cinema e Vídeo (Cinesul) e no 57º Encontro internacional da Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
Já A beleza do crepúsculo, de Jonas Feitosa e Raíssa Cardoso, concorreu na mostra competitiva da última edição do Ver Ouvindo (2021), festival de filmes que é considerado uma das principais mostras sobre acessibilidade do Brasil e foi vencedora do 1º Concurso de Boas Práticas da Sociedade Civil do Mercosul em Acessibilidade Audiovisual (2018). O pernambucano Simbiose, de Julia Morim, por sua vez, tem no currículo vários festivais e prêmios sobre direitos humanos, ofícios da saúde e sobre a condição da mulher no mundo.
“É um prazer celebrar mais um aniversário da VideoSaúde desse jeito, lançando três documentários sobre temáticas tão relevantes para o campo da saúde coletiva e reafirmando a nossa missão de compartilhar conhecimento em saúde por meio do audiovisual. Nesse sentido, o selo Fiocruz Vídeo é uma das nossas grandes estratégias de difusão, pois além de contribuir para ampliar a circulação dos filmes que fazem parte do catálogo, fomenta e incentiva a produção independente de audiovisuais em saúde”, comemora Daniela Muzi, coordenadora da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz.
"O bom da palavra parceria é que, para além de seus ampliados significantes e significados, rima fácil com alegria. E é esse o sentimento quando se fala em Fiocruz Vídeo e Editora Fiocruz: juntos temos a alegria de facilitar que informação e comunicação de qualidade em ciência e saúde cheguem aos olhos e mentes de nossas populações", destaca João Canossa, editor executivo da Editora Fiocruz.
Trajetória destacada
O selo Fiocruz Vídeo chega, assim, a 48 títulos em seu diversificado catálogo. São filmes em curta, média e longa-metragem que procuram abordar temas de saúde coletiva e ciência visando ampliar o debate qualificado e contextualizado, dar lugar e espaço a assuntos com pouca oferta audiovisual ou carência de espaço na imprensa ou que tratam de questões e pessoas e territórios invisibilizados. Documentários, animações, dramas, biografias e filmes históricos estão entre a produções já lançadas pelo selo.
“Por meio de parcerias com produtores e diferentes instituições, com canais de televisão públicos, independentes e educativos e pelo trabalho coletivo da VideoSaúde e o apoio da Presidência da Fiocruz, sinto que construímos uma trajetória sólida e reconhecida. Chegar a 48 filmes é muito gratificante. Saber que estão chegando à população, idem”, conta Claudia Lima, coordenadora administrativa do selo. “Os três filmes foram selecionados e premiados em mostras audiovisuais promovidas pela VideoSaúde, avalizados por consultores da Fiocruz, o que demonstra a qualidade das produções. Dessa forma, além de captar novas produções para acervo institucional, reiteramos o trabalho de forma integrada aos objetivos da VideoSaúde e do Icict”, diz ela.
“Os novos filmes chegam em momento rico e desafiador do audiovisual, com novas de formas de produção e distribuição, principalmente em função da internet, hora em que a VideoSaúde lança sua plataforma de filmes em acesso aberto, amplia a oferta de títulos com recursos de acessibilidade e em com legendas em outras línguas e também testa novas formas de difusão e capilarização com o desenvolvimento da coleção de filmes em suporte de pendrive”, avalia Wagner de Oliveira, editor executivo do selo Fiocruz Vídeo. “Todos os projetos são alinhados a diretrizes das políticas de comunicação, divulgação científica e de preservação de acervos da Fiocruz”, lembra Cláudia.
O papel transformador dos filmes é visto pela equipe da VideoSaúde como outro fator fundamental no desenvolvimento da missão do selo Fiocruz Vídeo. Vários títulos do Selo têm se prestado para debates públicos, sessões no Legislativo e no Judiciário que estudam contextos e até mudanças nas leis, são requisitados como conteúdo de referência para diferentes fins. “Da mesma forma, alguns deles empregam e transformam em documentários resultados e reflexões de grandes pesquisas e inquéritos desenvolvidos pela Fiocruz, o que aponta para o significante papel do audiovisual e de seu alcance na comunicação pública”, acrescenta Wagner.
Conheça os lançamentos do selo Fiocruz Vídeo:
Simbiose
Uma conversa com Maria dos Prazeres de Souza, conhecida como Dona Prazeres, parteira tradicional, cuja trajetória de saberes é uma “simbiose" entre o tradicional e o contemporâneo, entre o popular e o biomédico, entre mundos e realidades contrastantes mantendo uma constante incorporação e construção de saberes.
A beleza do crepúsculo
Retrata a vida de alguns dos moradores do Morro do Dendê, Rio de Janeiro, onde falam sobre o envelhecimento, compartilham suas perspectivas sobre vida e morte, suas saudades, alegrias e memórias. Trata-se de um convite à reflexão acerca da complexidade e subjetividade do envelhecimento.
Os melhores anos de nossas vidas
Histórias de preconceito, abandono e superação são contadas pelos moradores do Santo Ângelo, uma cidade erguida para o tratamento dos hansenianos. O testemunho humano dos moradores remanescentes revela as marcas que ficaram do tempo em que a internação era compulsória. Condenados ao isolamento de uma vida inteira, encontraram no amor e na revolução, na música e no cinema as principais armas para enfrentar seus dramas.