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12/07/2013

USP de Ribeirão Preto e Fundação estudam ações conjuntas em setores como farmacologia e nanotecnologia

Ascom/USP Ribeirão Preto


Institucionalizar as parcerias já existentes entre os pesquisadores de várias unidades da USP em Ribeirão Preto e a Fiocruz é o objetivo das discussões que começaram esta semana com a visita do vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, ao campus da USP no município. Stabeli esteve reunido com os professores Pietro Ciancaglini, vice-diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLRP); José Mauricio Rosolen, também da FFCLRP e coordenador do Centro de Nanotecnologia Aplicada à Indústria (CNAI); Oswaldo Baffa Filho e Fernando Cunha, professores da FFCLRP e da FMRP, respectivamente, e representantes do Parque Tecnológico de Ribeirão Preto.

A nanotecnologia é um dos pontos centrais da parceria entre as duas instituições
 

Segundo Stabeli, é consenso na Fiocruz que, para viabilizar as pesquisas nacionais na área da saúde, deve-se buscar parcerias e competências atuantes nessa área. Nesse sentido, afirma, Ribeirão Preto é um polo de conhecimento, principalmente em farmacologia e nanotecnologia. “Queremos estreitar os laços entre a Fiocruz e a USP de Ribeirão Preto, como por exemplo, para que se possa viabilizar uma produção da nanobiotecnologia aplicada à saúde em todos os seus aspectos”.

Vários professores do campus da USP local já mantêm vínculos com a Fiocruz, em parcerias que aconteceram por meio de iniciativas individuais ou de grupos de pesquisas. “A ideia é congregar essas iniciativas de forma institucionalizadas e focadas para o mercado da saúde. A Fiocruz tem a responsabilidade de manter a qualidade do SUS. Seja em políticas públicas, seja em desenvolvimento cientifico e tecnológico/industrial”, afirma Stabeli.

No Brasil, continua o vice-presidente, “se faz muito bem a colaboração científica, mas ainda existe um amadorismo na hora de transformar o desenvolvimento científico e tecnológico para a fase do processo industrial organizado”. Na prática, garante, temos dificuldades para passar da parte microprocessada para a parte macroprocessada, ou seja, da bancada para o processo de análise biológica. “Nesse pulo tem uma série de certificações importantes, que não sabemos fazer no Brasil. Então precisamos congregar essas expertises, que já trabalham em conjunto ou individualmente, ou induzir outras que possam fazer essa passagem”.

Parcerias também para o parque tecnológico

Para essa parceria com a Fiocruz, o parque tecnológico é uma engrenagem importante, afirma o professor Oswaldo Baffa Filho. É que “essa unidade seria uma âncora para o parque e daria mais visibilidade e efetividade para as suas atividades. Além disso, teríamos um espaço para alunos e docentes interagirem com o setor produtivo na busca dessas soluções e, ainda, encontrarem novas tecnologias de inovações que possam chegar ao mercado”, resume o professor.

Stabeli lembra que em outros parques tecnológicos, como por exemplo, no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), a Fiocruz tem uma sede para desenvolvimento de pesquisa básica. “É um instituto técnico de saúde que fornece subsídios tecnológicos para a produção, sobretudo de kits diagnósticos de uma fábrica que é também da Fiocruz em consórcio com outras duas empresas públicas”. Ele explica que essa parceria com o Polo Tecnológico do Paraná congrega pesquisadores da própria Fiocruz com pesquisadores contratados pelo Governo do Paraná e da Universidade Federal do Paraná.

Também em Rondônia, diz Stabeli, a Fiocruz reúne expertises em um polo tecnológico. Oferece condições para que os professores da Universidade Federal e do Centro de Pesquisas em Medicina Tropical desenvolvam suas pesquisas e, ainda, abre a possibilidade de ambiente para a formação de recursos humanos. “Ela geralmente tenta se inserir no contexto microambiental onde se instala. Caso aconteça sua instalação em Ribeirão, vai ser em sua plenitude dentro do parque tecnológico, medida por meio das instâncias deliberativas do próprio parque. A Fiocruz vem para somar esforços com as expertises já instaladas e pode colaborar, por exemplo, com a certificação do material para ser empregado no SUS, por meio do seu Instituto Nacional de Certificação da Qualidade, uma contrapartida importante”. Para o professor Pietro Ciancaglini, tanto a FFCLRP como o CNAI ganhariam com a parceria. “Por isso, estamos buscando essa parceria dentro da produção de nanotubos de carbono e filtros, ou outro tipo de sistema de diagnóstico que possa ter o interesse da Fiocruz”.

O CNAI

O Centro de Nanotecnologia Aplicada à Indústria foi criado no final de 2012 e iniciou suas atividades há cerca de três meses. Embora sediado na FFCLRP, congrega pesquisadores de 11 diferentes laboratórios, tanto da FFCLRP como da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFRP). O seu coordenador, professor José Maurício Rosolen, afirma que o CNAI tem um regimento aberto para a inserção de outros pesquisadores interessados. “Atualmente está focado no desenvolvimento de pilotos para a produção de nanomateriais e aplicações derivadas”, avalia.

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