08/11/2021
Cristina Azevedo (Agência Fiocruz de Notícias)
A reunião dos líderes das principais economias mundiais no fim do mês passado, em Roma, estabeleceu ao seu final a criação de uma força tarefa sobre Finanças e Saúde para reforçar a prevenção, a preparação e a resposta a pandemias. Mas será o suficiente? Para discutir os caminhos a serem adotados, o Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz) organiza nesta quarta-feira (10/11), às 10h, o evento G-20: O que esperar dos mais ricos do mundo em saúde global e planetária? Parte dos Seminários Avançados em Saúde Global e Diplomacia da Saúde, o webinário terá tradução simultânea para inglês e espanhol.
“Essa força tarefa pode ser considerada um avanço, mas um avanço pequeno. Vamos ver se os ministros da Saúde e das Finanças, em conjunto, vão conseguir levar à frente uma coordenação para apoiar emergências e, principalmente, avançar na vacinação contra a Covid-19 nos países mais pobres”, comentou Pedro Burger, pesquisador do Cris/Fiocruz e um dos integrantes do seminário.
Mediado por Paulo Buss, diretor do Cris/Fiocruz, o evento contará também com convidados para discutir os compromissos assumidos e as intenções dos 19 países com as maiores economias do mundo mais a União Europeia (UE).
O economista americano Jeffrey Sachs, diretor do Centro para Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Colúmbia, abordará o que esperar em relação ao clima e ao meio ambiente. Nicoletta Dentico, copresidente do Geneva Global Health Hub (G2H2), fará uma avaliação da cúpula sob o ponto de vista da sociedade civil.
Paulo Esteves, professor do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (IRI/PUC), comentará a relação entre o G20 e bens públicos. Além de Burger, que analisará a saúde global no processo da reunião de cúpula, Santiago Alcazar, também pesquisador do Cris/Fiocruz, comentará as perspectivas pós-reunião.
Para Burger, as expectativas em torno da cúpula eram baixas, e por isso a frustração não foi maior. Ele acredita que os países do grupo poderiam ter definido quanto cada um iria doar, a fim de fazer um levantamento robusto de fundos para garantir a vacinação das nações mais pobres – o que não aconteceu. “Observamos que ainda há problemas para atuarem como um grupo”, comentou.
Embora vários compromissos tenham sido acertados, Burger questiona a chance de se tornarem realidade. “Alguns são mais exequíveis. Outros podem ficar apenas no campo da retórica. Vamos ter que acompanhar os próximos meses e anos para ver como vão avançar”, concluiu.
Serviço:
O seminário G-20: O que esperar dos mais ricos do mundo em saúde global e planetária? poderá ser acompanhado no dia 10 de novembro, às 10h.
Em português:
Em inglês:
Em espanhol: