Início do conteúdo

07/06/2006

Álcool é a droga mais consumida entre escolares de município paulista

Wagner de Oliveira


Estudos sobre o consumo de drogas entre jovens são cada vez mais importantes ferramentas para a definição de políticas públicas para prevenção do problema, principalmente em função dos prejuízos sociais, psíquicos e biológicos a que estão expostos os usuários. Um estudo com 1.035 escolares de São José do Rio Preto (SP) que acaba de ser publicado na edição de junho da revista Cadernos de Saúde Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) da Fiocruz, traz novos indicativos sobre o uso de drogas lícitas e ilícitas entre jovens brasileiros.

O álcool foi indicado como a droga mais consumida por 77% dos jovens que participaram do estudo, seguido por tabaco (28%), solventes (18,1%), maconha (12,1%), anfetaminas (3,7%), cocaína (3,3%), alucinógenos (3,1%) e crack (1,4%). Em relação à freqüência de uso, a maconha foi referida como a droga que foi usada pelo menos uma vez nos sete dias anteriores à pesquisa por 2,8% dos alunos que participaram do estudo, seguida por solventes, com 1,3%.


Os pesquisadores também perguntaram qual era a droga que o grupo havia usado pelo menos uma vez na vida e em que período do dia, à noite ou pela manhã. Novamente o álcool, com 75,9%, seguido pelo tabaco com 23,8%, solventes (18,7%) e maconha (7,8%), foi a droga mais usada pelos estudantes pelo menos uma vez. O período noturno teve prevalência significativamente superior, segundo os autores da pesquisa, para tabaco, maconha, cocaína e alucinógenos. A pesquisa investigou ainda o consumo entre os meninos e meninas. Álcool, maconha, cocaína e crack apresentaram consumo estatisticamente superior para o sexo masculino.


A maioria dos estudantes ouvidos (56,6%) tinha entre 16 e 17 anos, 67% moravam com pai e mãe e 61,7% declaram-se católicos. O instrumento de coleta de dados foi um questionário anônimo com 66 questões a respeito de drogas e dados sócio-demográficos. Os alunos eram de 41 turmas de escolas públicas de São José do Rio Preto.


Para os autores do trabalho, a adolescência constitui uma época de exposição e vulnerabilidade ao uso de drogas, torna-se importante conhecer os riscos do abuso de drogas e agir de forma preventiva. Os pesquisadores são ligados à Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e à Superintendência de Controle de Endemias do município, que fica a 442 quilômetros da capital. "O estudo verificou uma prevalência de consumo de substâncias psicoativas semelhante à encontrada em outros estados", escreveram os autores.

Voltar ao topo Voltar