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09/05/2007

A trajetória de Carlos Gadelha


Carlos Augusto Grabois Gadelha, 45 anos, casado com a fotógrafa Nana Moraes, com quem tem dois filhos, é doutor em economia na área de desenvolvimento econômico. Sua história profissional sempre procurou aliar a vertente acadêmica com a de formulador e gestor de políticas públicas. Na academia desenvolveu diversos projetos de pesquisa, destacando-se o estudo sobre o complexo da saúde, no bojo de uma iniciativa para avaliar as potencialidades da indústria brasileira, sob a coordenação geral do professor Luciano Coutinho. Como resultado do desenvolvimento conceitual deste tema, efetuado em parceria com José Gomes Temporão, o complexo econômico-industrial passa a ganhar prioridade destacada na política nacional de saúde ao propor uma interação entre a lógica sanitária e a lógica do desenvolvimento econômico. Como produto desta trajetória acadêmica, Gadelha publicou 37 trabalhos científicos, vários dos quais em revistas de qualificação internacional e orienta alunos em nível de mestrado e doutorado na área de inovação, desenvolvimento e políticas de saúde.


Na vertente executiva, destaca-se a direção da área de Planejamento da Fiocruz por mais de cinco anos, em diferentes momentos da instituição, e sua atuação como secretário nacional de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional, na gestão do ministro Ciro Gomes, onde participou de diversas iniciativas, com destaque para a coordenação de uma ação interministerial para desenvolvimento regional, envolvendo a articulação de 23 ministérios.


A história profissional de Gadelha confunde-se com sua carreira na Fundação Oswaldo Cruz, na qual é servidor há mais de duas décadas. Sua entrada na instituição ocorreu em 1986, na gestão de Sergio Arouca, considerado por ele “um visionário que, pela primeira vez no pensamento sanitário brasileiro, aliou a inovação, o desenvolvimento e a saúde pública, superando o antagonismo e a desarticulação destes campos”.


Desde então assumiu, aos 29 anos, a direção do Planejamento Institucional, entre outras ações institucionais estratégicas. Após o seu doutorado, concluído em 1999, volta a dirigir o Planejamento da Fiocruz e, em seguida, ingressa no Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) no ano de 2001. Na Ensp implanta o primeiro mestrado profissional do país na área de Política e Gestão da Ciência e Tecnologia em Saúde, voltado para instituições de referência do Sistema Nacional de Inovação em Saúde, hoje contemplando a Fiocruz, o Inca e o Into. Ainda no âmbito da Escola, é líder do grupo de pesquisa sobre o complexo industrial e inovação em saúde e participa, como segundo líder, do grupo de pesquisa sobre desenvolvimento, políticas públicas e sistemas de saúde.


Na gestão de Paulo Buss, também teve uma participação direta ao ser o primeiro coordenador do Projeto Inovação em Saúde, no período 2002 e 2003, ajudando a Presidência da Fiocruz a inscrever este tema nas prioridades das políticas nacionais.


Ao aceitar o convite de Paulo Buss para a Vice-presidência de Produção e Inovação dois grandes desafios foram assumidos. O primeiro, de reforçar o papel da área de produção da Fiocruz, como base estratégica para uma política de inovação em saúde, flexível do ponto de vista gerencial e comprometida com a transformação do complexo industrial da saúde, no sentido de enfrentar os desafios de inserção competitiva dos países menos desenvolvidos no contexto excludente da globalização. O segundo desafio, associado ao primeiro, refere-se à perspectiva de contribuir para reinscrever o tema do desenvolvimento econômico no âmago da saúde coletiva e da política nacional de saúde, adotando uma abordagem de economia política que procura recuperar a tradição desenvolvimentista no contexto da conformação de uma sociedade na qual a equidade e o dinamismo econômico sejam objetivos complementares.

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