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30/11/2012

A trajetória de Henrique da Rocha Lima e as relações teuto-brasileiras

Danielle Monteiro


Quatro teses de doutorado desenvolvidas por estudantes da Fiocruz ganharam recentemente o Prêmio Capes de Teses 2012. Os estudos foram selecionados entre as 44 melhores teses de doutorado defendidas em áreas de conhecimento reconhecidas pela Capes. A premiação ocorrerá no dia 13 de dezembro, na sede da entidade, em Brasília. Na cerimônia será divulgado o resultado do Grande Prêmio Capes de Tese Edição 2012, que elege, entre as ganhadoras do Prêmio Capes de Tese, a melhor em cada um dos três grupos de grandes áreas. As teses da Fiocruz que foram laureadas são: Lei de Responsabilidade Fiscal e despesas com pessoal da saúde: um estudo dos municípios brasileiros, de Kátia Medeiros, Atividade de amidinas aromáticas sobre Trypanosoma cruzi: estudos in vitro e in vivo, de Cristiane França da Silva, Clone não patogênico de Trypanosoma cruzi expressando antígeno tumoral como vetor vacinal contra o câncer, de Caroline Furtado Junqueira, e A trajetória de Henrique da Rocha Lima e as relações Brasil-Alemanha (1901-1956), de André Felipe Cândido da Silva.


 Henrique da Rocha Lima

Henrique da Rocha Lima


A tese de doutorado A trajetória de Henrique da Rocha Lima e as relações Brasil-Alemanha (1901-1956), de André Felipe Cândido da Silva, defendida no Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (PPGHCS/COC/Fiocruz) sob orientação de Jaime Benchimol e Magali Romero Sá, foi uma das ganhadoras do Prêmio Capes de Teses 2012 na área de História. O estudo faz uma análise da trajetória do médico sanitarista, patologista e bacteriologista brasileiro, um dos fundadores do Instituto Oswaldo Cruz e descobridor do agente que causa a doença tifo. “O contato com o rico acervo de Rocha Lima, depositado no Centro de Memória do Instituto Biológico, e o reconhecimento da importância das relações Brasil-Alemanha no campo da medicina tropical, evidenciado em pesquisas desenvolvidas na Casa de Oswaldo Cruz, me motivaram a realizar uma pesquisa sobre esse pesquisador”, revela Silva.



O estudo mostra que, por estar intimamente vinculado às relações científicas e culturais entre Brasil e Alemanha, o curso de sua carreira contribuiu para o estreitamento do intercâmbio intelectual entre os dois países, mobilizando diversos personagens e instituições como pontos de apoio. Segundo Silva, a análise do personagem complexo torna evidente os meandros das relações científicas internacionais e os processos sócio-históricos marcantes na institucionalização das ciências no Brasil. Ele afirma que o estudo da trajetória de Rocha Lima contribui para melhor compreensão dos diferentes caminhos pelos quais os homens de ciência da primeira metade do século 20 construíram e legitimaram suas carreiras, tanto no Brasil, quanto na Europa.



“A rica correspondência que Rocha Lima manteve com os amigos e colegas alemães até sua morte fornece uma vívida imagem do desenvolvimento, conflitos, agruras e contradições da sociedade alemã no conturbado período marcado pelas duas guerras mundiais. Por outro lado, ele compartilhou com os pares brasileiros as tensões que acompanharam os esforços de estabelecer e consolidar instituições de pesquisa num contexto não muito favorável ao cultivo das ciências”, conclui.


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Publicado em 29/11/2012.

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