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07/01/2008

Acidentes de trânsito com meninos de bicicleta são freqüentes em Uberlândia

Fernanda Marques


Crianças vítimas de acidentes de trânsito foram alvo de uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Uberlândia. Os médicos Juliana Freitas, Lindioneza Ribeiro e Miguel Jorge analisaram os prontuários de mais de 1.100 pacientes de até 14 anos que sofreram acidentes de trânsito e foram atendidos no Hospital de Clínicas de Uberlândia entre 1999 e 2003. Os resultados – publicados na edição de dezembro do periódico Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz – mostram que as vítimas tinham em média 8 anos e, em sua maioria, eram meninos e andavam de bicicleta no momento do acidente.


 Em média, as crianças acidentadas ficaram no hospital por cinco dias (Foto: Santa Casa de Porto Alegre)

Em média, as crianças acidentadas ficaram no hospital por cinco dias (Foto: Santa Casa de Porto Alegre)


Embora a bicicleta tenha sido o veículo mais freqüentemente envolvido nas ocorrências, foram as crianças na condição de pedestres que sofreram acidentes mais graves. Os pesquisadores localizaram 12 registros de óbitos com informação completa, sendo quatro com passageiros de veículos e oito com pedestres.


Mais de 45% das vítimas apresentaram traumatismo crânio-encefálico, com ou sem outros tipos de traumatismo. Trata-se de um percentual elevado, ainda mais por se tratar de uma lesão do sistema nervoso central que pode provocar diminuição da capacidade funcional ou até levar ao óbito. "Tanto a ocorrência quanto a gravidade do traumatismo crânio-encefálico associaram-se à letalidade maior", diz o artigo. Em média, as crianças acidentadas ficaram no hospital por cerca de cinco dias. No entanto, uma em cada dez vítimas permaneceu internada por mais de duas semanas.


Os pesquisadores encontraram 184 casos de crianças acidentadas que estavam em veículos motorizados. Nos 51 registros com informação completa, verificou-se que mais da metade das crianças não usava dispositivos de segurança, como cintos ou capacetes, ou os utilizava de modo inadequado no momento do acidente.


No Brasil, em 2004, cerca de 35% dos óbitos foram decorrentes de acidentes de transporte e quase 7% deles acometeram menores de 15 anos, o que indica a necessidade de ações educativas envolvendo profissionais de saúde, pais e cuidadores. "Acidentes de trânsito são eventos potencialmente evitáveis e decorrentes de fatores e decorrentes de fatores como aumento da frota de veículos, falhas humanas e leis inadequadas ou insuficientes", diz o artigo. "O estudo da epidemiologia desses acidentes em pediatria deve fundamentar programas de prevenção em saúde pública".

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