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07/08/2008

Aids e hanseníase são os destaques na nova edição das 'Memórias do Instituto Oswaldo Cruz'

Marcelo Garcia


Um dos destaques da recente edição das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz é a revisão, feita na Universidade Federal do Rio de Janeiro, da evolução do estudo por microscopia eletrônica do Tripanossoma cruzi. O artigo, além de recuperar e reorganizar os conhecimentos obtidos sobre o T. cruzi por meio desse método, acompanha a própria evolução da microscopia eletrônica e sua contribuição para o entendimento da organização estrutural do protozoário e de outros protozoários flagelados.


 O vírus HIV infectando uma célula (Foto: Jeff Johnson/APS Physics) <BR><br />
 

O vírus HIV infectando uma célula (Foto: Jeff Johnson/APS Physics) 

 


A edição deste mês traz também uma série de estudos realizados em instituições latino-americanas. Pesquisadores do Instituto Colombiano de Medicina Tropical analisaram a taxa de infecção por Mycobacterium leprae e a resposta imunológica de pessoas que convivem diariamente com pacientes com hanseníase. Em outra investigação, o ainda hoje pouco estudado mecanismo reprodutor do protozoário Giardia intestinalis, causadora da giardíase, também foi alvo de estudo de especialistas colombianos, da Universidade Nacional de Colômbia. Na Argentina, especialistas da Universidade Nacional de Córdoba desenvolveram uma vacina a partir de Trypanosoma rangeli, que apresentou bons resultados na proteção de camundongos contra a infecção por T. cruzi. Um artigo da Universidade Central de Venezuela descreve, pela primeira vez, o isolamento de uma linhagem de Leishmania chagasi,  agente causador da leishmaniose visceral humana, em uma espécie de morcego (Carollia perspicillata) e a caracterização molecular do parasito.


Entre as pesquisas brasileiras publicadas nessa edição, destacam-se estudos relacionados a temas como hanseníase, Aids, leishmaniose e até a descrição de uma espécie fóssil de flebotomíneo, insetos que, hoje, transmitem leishmanioses. Realizado no Laboratório de Hanseníase do IOC, um estudo morfológico e funcional das células Schwann em interação com Mycobacterium leprae pode ajudar a prevenir danos neurológicos comuns em casos de hanseníase. Em parceria com outras instituições, pesquisadores do Laboratório de Virologia Comparada do IOC realizaram a análise genotípica das cepas do vírus Epstein-Barr, herpesvírus humano responsável pela mononucleose infecciosa, em caso de leucoplasia pilosa oral, no epitélio de paciente de Aids.


A edição traz, ainda, estudos realizados por uma série de instituições brasileiras. Entre eles estão uma pesquisa mineira sobre a evolução da transmissão vertical do vírus da Aids na área metropolitana de Belo Horizonte, entre 1998 e 2005; e um estudo feito por instituições mineiras e paulistas que avaliou a utilização de odores humanos sintéticos na confecção de armadilhas para captura de flebotomíneos. A edição traz, ainda, a descrição de duas novas espécies, com participação de pesquisadores do IOC, entre elas um flebotomíneo fóssil. Clique aqui e leia todos os artigos publicados nessa edição da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.


Publicado em 07/08/2008.

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