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21/08/2007

Alunos do pré-vestibular da EPSJV constroem foguetes de água para aula prática

Catia Guimaraes e Luiza Prellwitz


Os alunos do curso de pré-vestibular Construção Popular, do Programa de Educação de Jovens e Adultos (Peja) da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) da Fiocruz participaram recentemente de uma divertida atividade interdisciplinar: o lançamento de foguetes movidos a água. Os professores de física e matemática do Programa, Victor Hugo Duarte e Wanderson Freitas, organizaram o projeto, no qual os alunos se dividiram em grupos e construíram, nas aulas, foguetes com garrafas PET. Os professores projetaram uma base lançadora na área do estacionamento da Escola e lançaram os foguetes junto com os estudantes e familiares. O evento teve ainda uma competição entre as equipes e um almoço de confraternização com apresentação musical.


 O foguete que subiu mais alto atingiu quase 28 metros - o equivalente a um prédio de sete andares

O foguete que subiu mais alto atingiu quase 28 metros - o equivalente a um prédio de sete andares


“A atividade integrou os alunos, as disciplinas, a instituição e os professores, cumprindo assim com a importante função social da Escola. Por meio de uma aula prática, os conhecimentos técnicos da física e da matemática foram abordados de forma criativa e lúdica, além de aproximar a teoria, a prática científica e o cotidiano”, afirma o professor Rodrigo Luiz, coordenador do curso.


Segundo os organizadores, o projeto foi pensado como uma forma de auxiliar o aprendizado da física e da matemática, já que o foguete d'água reúne conceitos como pressão, empuxo, compressibilidade, velocidade, aceleração e trigonometria. Os alunos se dividiram em grupos e construíram 20 foguetes com garrafas PET. “Pressão, conservação de momento e energia e trigonometria foram os principais assuntos abordados durante a atividade. É importante para os alunos verem de perto aquilo que é sistematizado em sala de aula, além de estimular a criatividade e o raciocínio. Para os professores isso também representa um aprendizado, no sentido de quebrar a rotina da sala de aula, mostrando que pode haver construção de conhecimento além das 'quatro paredes'”, explica Victor Hugo.


 A confecção dos foguetes deu asas à criatividade dos estudantes da Escola Politécnica

A confecção dos foguetes deu asas à criatividade dos estudantes da Escola Politécnica


No dia do lançamento, depois de cada equipe determinar a quantidade de "combustível" – água – a ser colocado dentro da garrafa, o professor pressurizava o disparador e apertava o gatilho, lançando o foguete. Para a premiação, foram criadas três categorias: o foguete que permaneceu mais tempo no ar, da equipe Ômega, das alunas Adriana Tavares, Dayane Mendes e Raiane Guedes foi o vencedor, com o recorde de cinco segundos em órbita; o que atingiu maior altura, foi o do grupo Furacão, composto por Alessandra Aguiar, Ana Paula e Nádia Virginia, com o foguete que chegou a 27,8 metros – o equivalente a um prédio de aproximadamente sete andares; e o mais original, que premiou a equipe Trio Construção, formada pelas alunas Woiaza Kely, Débora Evelyn e Sandra Cassiano.


Para calcular a altura, os alunos construíram teodolitos, instrumento de medição de ângulos. A banca de jurados foi composta por quatro estudantes e o professor Wanderson Freitas. Cada um mediu o ângulo atingido pelo foguete, depois foi feita a média aritmética dos ângulos e calculada a altura alcançada. As equipes vencedoras foram premiadas com uma medalha de ouro. “Inserir a competição na atividade ajudou a despertar o interesse dos alunos para os conceitos explorados porque eles precisavam da física para elevar o seu foguete o mais alto possível e da matemática para fiscalizar os jurados”, opina Wanderson.


A confecção dos foguetes também foi uma atração à parte: alguns alunos transformaram as garrafas em verdadeiras obras de arte, com pinturas e desenhos — um deles reproduzia as formas da personagem "noiva do Chuck". Após terminado o lançamento, os professores, alunos e familiares se reuniram para um churrasco na EPSJV, embalado pela banda de forró Cor do Sol, na qual o aluno Thiago Alves é violonista.


Segundo Wanderson Freitas, os resultados práticos da atividade ainda virão, pois os assuntos serão abordados em sala de aula, mas os alunos já entenderam que para “fazer ciência” é preciso criatividade, iniciativa e força de vontade. “É como Albert Einstein dizia: 'uma mente que se abre para novas idéias nunca volta para seu tamanho original'”, afirma o professor.

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