Amamentação exclusiva fortalece a imunidade dos bebês contra a Covid-19

Publicado em
Mayra Malavé-Malavé (IFF/Fiocruz)
Compartilhar:
X

Um novo estudo realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) destaca os benefícios da amamentação exclusiva no fortalecimento da imunidade dos bebês contra a Covid-19. A pesquisa, que envolveu mulheres vacinadas contra o vírus, revelou que o leite humano contém níveis significativos de anticorpos neutralizantes, especialmente entre as mães que realizam o aleitamento exclusivo.

O estudo realizado pelos pesquisadores do IFF/Fiocruz, Yasmin Amaral, Antonio Egídio Nardi, Daniele Marano, Ana Carolina da Costa e Maria Elisabeth Moreira, revela que mães vacinadas contra a Covid-19 que amamentam exclusivamente seus bebês transferem níveis mais elevados de anticorpos neutralizantes para o leite humano, protegendo seus filhos contra infecções pelo Sars-CoV-2. "Os resultados representam um importante avanço no entendimento da imunidade passiva transferida por meio da amamentação e reforçam a recomendação dessa prática de forma exclusiva nos primeiros seis meses de vida", afirma a pediatra e líder da pesquisa, Maria Elisabeth.

Resultados

O estudo, que analisou a amostra de mulheres vacinadas com duas ou mais doses de diferentes tecnologias de vacinas contra a Covid-19, revelou que mães que amamentam exclusivamente apresentaram 22,6% de anticorpos neutralizantes no leite, contra 16,1% das que não amamentam exclusivamente. A descoberta é significativa, pois, no Brasil, a vacinação de bebês menores de seis meses ainda não está disponível, o que torna a amamentação uma ferramenta crucial para a proteção das crianças.

“Os anticorpos neutralizantes presentes no leite humano são uma defesa natural e eficaz contra o vírus, e a amamentação exclusiva potencializa essa proteção. Com a contínua evolução da pandemia, é essencial que as mães sigam as orientações de amamentação para garantir a segurança dos bebês. O estudo confirma o papel vital da amamentação na transferência de imunidade passiva, e estamos fortalecendo as evidências científicas de que a vacina tem impacto positivo na proteção não apenas das mães, mas também dos bebês”, ressalta Maria Elisabeth Moreira.

Os pesquisadores destacam que a tecnologia das vacinas (mRNA, Vírus Inativado ou Vetor Viral Não Replicante) não influenciou a quantidade de anticorpos neutralizantes presentes no leite humano, indicando que, independentemente do tipo de vacina recebida, a amamentação continua a ser uma prática essencial para proteger os bebês contra a Covid-19.

Com a divulgação desta pesquisa, o IFF/Fiocruz contribui para o debate científico sobre a imunidade passiva transferida pelo leite humano, destacando a importância da amamentação exclusiva como uma prática essencial para a proteção dos bebês contra a Covid-19. O estudo traz dados valiosos que podem influenciar as políticas públicas de saúde e ajudar a reforçar as campanhas de incentivo à amamentação. A importância da imunização das mães e da amamentação exclusiva nunca foi tão clara como agora, evidenciando um caminho seguro e eficaz para a proteção dos bebês.