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11/01/2012

Ambulatório dá orientações sobre vacinas de acordo com o destino do viajante

Marina Bittencourt


Quem planeja viajar sempre pensa nos preparativos de hotel, transporte, roupa adequada à temperatura do lugar, passeios turísticos, vacinas... Vacinas? Se o destino não for uma região para onde alguma vacina seja exigida, poucas pessoas pensam nisso antes da viagem. Mas onde encontrar informações corretas sobre as medidas preventivas aconselháveis para um determinado roteiro de viagem? No Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), o Ambulatório de Medicina de Viagem atende viajantes fornecendo orientações sobre vacinas e profilaxia de acordo com o destino. Com uma viagem programada, a pessoa pode agendar uma consulta no ambulatório. Nessa consulta, o médico indica quais vacinas devem ser tomadas e o viajante também recebe orientações gerais, como medidas de profilaxia e informações sobre os principais riscos.


 No Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), o Ambulatório de Medicina de Viagem atende viajantes fornecendo orientações sobre vacinas e profilaxia de acordo com o destino. 

No Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), o Ambulatório de Medicina de Viagem atende viajantes fornecendo orientações sobre vacinas e profilaxia de acordo com o destino. 


São informações bastante variadas. Para viagem de avião, por exemplo, como diminuir o risco de trombose venosa profunda durante voos de longa duração. Para altas altitudes, há medicação para eventuais complicações, como a doença de grandes altitudes (DGA), sobre a qual o médico explicará os sintomas e aconselhará as medidas que devem ser tomadas, além de esclarecer como deve ser feita a subida para evitar a DGA. Em determinados lugares, é aconselhável só beber água engarrafada. Os temas da consulta podem incluir, ainda, alimentação segura; prevenção de doenças transmitidas por insetos; doenças sexualmente transmissíveis (DSTs); e quais medicamentos não esquecer de levar consigo, como analgésico, antisséptico e curativos adesivos. Os profissionais também entregam o folheto Orientações Gerais para Viajantes, elaborado pelo Centro de Medicina de Viagem do Ipec, que resume as principais complicações decorrentes de viagens, com explicação de riscos e medidas de precaução.


Os médicos levam em conta dados do viajante, como hipertensão ou diabetes, para melhor orientá-lo. Além disso, também são considerados o tipo de transporte – avião, navio, ônibus, trem etc – e as atividades que a pessoa realizará no local. Indo para uma mesma cidade, as orientações serão distintas se o viajante ficará dentro de um resort, se fará um safari ou se visitará pequenos povoados. Caso a pessoa vá para um lugar isolado, de difícil e demorado acesso a um posto de saúde, o médico poderá indicar alguns medicamentos para o viajante levar consigo para tomar em situações necessárias.


As procuras mais frequentes no ambulatório são para viagens com destino à África, principalmente Angola; à região amazônica; e à América Latina, especialmente Peru e Chile. Mas deve-se ter atenção não apenas quanto a estes locais. Seja qual for o destino, sempre há algo para recomendar. Ao viajar para a Europa, por exemplo, é aconselhável tomar a vacina contra o sarampo, doença que está erradicada no Brasil, mas que persiste no mundo, como na França e na África do Sul. Neste ano, houve casos de pessoas com sarampo no Brasil que foram infectadas na Europa – por isso, é muito importante a prevenção.


No Rio de Janeiro, apenas dois locais oferecem esse serviço aos viajantes: a Fiocruz, no Ambulatório de Medicina de Viagem do Ipec, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por meio do Centro de Informação em Saúde para Viajantes (Cives). Implantado desde 1997, o Cives foi o primeiro centro de medicina de viagem do Brasil. O Ambulatório de Medicina de Viagem da Fiocruz, criado em 2006, foi iniciado pelo médico José Cerbino. Atualmente, é coordenado pelo médico Marcellus Dias da Costa e a equipe conta também com as médicas Danusa Ferreira e Mari Tuyama. A própria Sociedade Internacional de Medicina de Viagem é razoavelmente recente: existe há pouco mais de 20 anos.


O ambulatório da Fiocruz tem um diferencial: ali é possível realizar a consulta e, no mesmo local, tomar as vacinas recomendadas, pois o espaço abriga um Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie), com a infraestrutura necessária para armazenamento de vacinas. No Ambulatório de Medicina de Viagem, além de todas as vacinas que estão disponíveis nos postos de saúde, encontra-se também a contra febre tifoide, exclusiva para viajantes. Um detalhe importante: por não haver serviço de pediatria no ambulatório, crianças com menos de 12 anos não são vacinadas no local.


Qualquer pessoa pode procurar o serviço, aberto à população em geral. As consultas devem ser marcadas pelo telefone (21) 3865-9124 ou pessoalmente e, na ocasião do agendamento, deve-se informar o roteiro da viagem. Preferencialmente, deve-se agendar com a maior antecedência possível, no mínimo um mês antes da viagem, por causa da grande procura – afinal, são poucos lugares na cidade que fornecem esse serviço – e também porque algumas vacinas requerem mais de uma dose. No dia da consulta, deve-se trazer a caderneta de vacinação. O atendimento é feito nas segundas-feiras à tarde, nas quartas-feiras pela manhã e à tarde e nas sextas-feiras pela manhã. O Ambulatório de Medicina de Viagem está localizado próximo ao prédio principal do Ipec, no campus da Fiocruz em Manguinhos.



Publicado em 9/1/2012.

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